Nas enfermarias, pacientes e acompanhantes católicos entregaram suas orações à Padroeira do Brasil. Enquanto nos corredores, dezenas de funcionários e visitantes utilizaram celulares para registrar toda a procissão (Foto: Neide Brandão)

Devoção, fé, esperança e muita emoção marcaram a passagem da imagem jubilar de Nossa Senhora Aparecida pelo Hospital Geral do Estado (HGE). Nas enfermarias, pacientes e acompanhantes católicos entregaram suas orações à Padroeira do Brasil. Enquanto nos corredores, dezenas de funcionários e visitantes utilizaram celulares para registrar toda a procissão.

A imagem está em Maceió desde o último dia 9 e tem passado em todas as celebrações da Festa de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira da capital. Ela chegou a Alagoas motivada pelas comemorações de 300 anos que a imagem surgiu no Rio Paraíba, em São Paulo. A intenção é levar imagens peregrinas (réplicas da original) a todas as arquidioceses do país.

Evidências científicas apontam que pessoas religiosas e espiritualizadas conseguem melhor controlar sua pressão arterial, têm menores riscos cardíacos e melhor qualidade de vida. O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, considera que os sentimentos tidos como positivos têm relação com a recuperação da saúde de pacientes.

A psicóloga Ana Maria Cavalcante ressalta que “o estado emocional da família e do paciente pode ajudar, ou atrapalhar – aumenta a glicemia, tira o apetite, aumenta a pressão arterial. A espiritualidade faz parte do processo de cura. Por isso eu acredito que, para os doentes católicos, a vinda da imagem contribuiu muito com os quadros clínicos. A fé é fundamental para qualquer cura. Fortalece o emocional”.

Foi o que também defendeu a médica Célia Fernandes. “Dá mais esperança, motiva-os a buscarem sua recuperação e não atrapalhou em nada no funcionamento do hospital”, declarou.

História

No ano de 1717, três pescadores, levados por necessidades históricas e econômicas, saíram a pescar, numa época escassa de peixes. Por ação misteriosa, chegando ao “Porto de Itaguassu”, a primeira coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Num segundo lance de rede, pescaram a cabeça da mesma imagem.

Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Depois do encontro da imagem, a pesca de peixes foi abundante e os pescadores intuíram a presença e ação de Deus naquele singular evento. Por assim ter aparecido, o povo chamou-a de “Aparecida”, nome consagrado pela devoção popular, chegando a ser proclamada rainha em 1904, e Padroeira do Brasil em 1930.