De repente, recebi a notícia do falecimento de meu querido irmão Nilson Fernando Rocha, o poeta, do clã dos Veiga de Paulo Jacinto. Da capital aracajuana, outro estimado mano economista/advogado Cícero Veiga anunciou a partida daquele que participou da minha vida através da solidariedade humana, seja com a amizade destacada entre irmãos sanguíneos.
Confesso que não chorei, mas por dentro senti a perda de um ente querido que, em vida, soube ser conselheiro, amigo leal e, porque não dizer, companheiro das lides literárias. Aliás, nossa saudosa mãe Maria Veiga Rocha sempre nos dizia: “ Sejam unidos e o resto Deus ajuda”.
A propósito, no seu último livro intitulado “ A Mais Bela Maravilha da Vida” dedicou-o a nossa genitora. E, por isso, passo a analisar o que dissera reverenciando à memória daquela que nos que trouxe à vida.
“ À minha querida Mãe. No meu simples calendário/ Existe um dia num mês/ Que traz o aniversário / de quem por mim tudo fez/ Com bastante alegria/ Esta data eu comemoro/ Dando amor e poesia/ à mulher que mais adoro/ Neste dia eu agradeço/ Ao Poder Superior/ Que Deus conceda mais vida/ àquela que me gerou… / MEUS PARABÉNS MÃE QUERIDA”.
Nascemos à margem do rio Cavaco, na Fazenda “ São Tiago”, próxima à cidade de Paulo Jacinto. Estudamos no Grupo Escolar Dois de Dezembro o então primário. Depois, no Ginásio Antônio Farias. Ele completou seus estudos. Enquanto a minha pessoa, migrou à capital pelas mãos do dedicado irmão- Cícero Veiga – a fim de estudar na antiga Escola Industrial.
Desse modo, Nilson Fernando imortalizou o torrão que nos serviu de berço. “ Ah! Se eu pudesse voltar/ Àquele tempo de infância/ Ouvir de novo o ‘ Cavaco’/ Por entre as pedras cantar/ Dormir sob as ‘ingazeiras’/ Cobertas de colibris…/ Como se senti feliz/ Ah” Se eu pudesse voltar”.
Curtindo a minha dor, divido-a com os irmãos restantes a saber: professoras Maria de Jesus Rocha Barros/ Tereza Veiga, radicada na terra de Fausto Cardoso, juntamente com o líder da família ( CíceroVeiga). Abro um parêntese nesta crônica a fim de agradecê-lo por tudo que fez, continua fazendo e, por certo, jamais deixará de fazê-lo para propiciar a amizade duradoura.
Éramos sete. Faleceram Tabita ( a primogênita), José Tadeu da Veiga e, agora, o poeta Nilson Fernando da Rocha que nos deixou transtornado com seu passamento precoce. Amava a vida, gostava de uma leitura densa e, por isso, tornou-se um poeta destacado no vizinho Estado de Sergipe, bem como junto à Sociedade de Alcoólatra Anônimo que fazia parte.
Somos católicos por nascimento. No seu poema à Mãe de Deus prestou justa homenagem a Rainha da Igreja Católica Apostólica Romana. “ Nossa Senhora Mãe do mundo/ Senhora da terra, Mãe de Deus./ Externo-LHE meu amor profundo/ Nestes simples versos meus./ Nossa Senhora das Graças/ Que em vida se chamou Maria./ Derrama! Sobre as mães -vossas graças / Devolvei ao mundo – a alegria / Oh! Mãe Santíssima, Imaculada./ Gerastes no ventre – o Rei dos Reis / Nos céus e na terra sois adorada/ Sem pecado fostes concebida/ Em vosso santo ventre se fez/ Deus – a razão de nossa vida”.
Coincidentemente, Nossa Senhora das Graças é Padroeira de nossa querida Paulo Jacinto, fundada pelo nosso trisavô Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga. Nesse sentido, rogo-LHE receber a bondosa alma de Nilson Fernando na Mansão Celestial. E, portanto, permanecerei na terra rezando por todos nós.
Por fim, registro sua última poesia inserida no seu livro “ A Mais Bela Maravilha da Vida”. “ Ninguém melhor que o poeta/ Inspira-se na natureza/ Lutando ele atinge a meta/ Sorrindo vence a tristeza/ Ouvindo ele completa/ Narrando versa a beleza./ Fecunda o campo de flores/ Extrai versos dos abrolhos/ Reveste o campo de odores/Namora o brilho dos olhos/ Ama a beleza do mar/ Navega em onda bravia / Defende em qualquer lugar/ O valor da poesia” Adeus Nilson! Até outro dia na eternidade. Organização: Francis Lawrence.