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Encontro debate adoção e interação entre pessoas envolvidas com o tema

26/05/2015
Encontro debate adoção e interação entre pessoas envolvidas com o tema
Quando a idade aumenta para nove anos, cai para meio por cento o número de famílias dispostas a adotar (Foto: Divulgação)

Quando a idade aumenta para nove anos, cai para meio por cento o número de famílias dispostas a adotar (Foto: Divulgação)

Divulgar o ato de adoção e promover maior interação entre as pessoas envolvidas com o tema é a finalidade do 5° Encontro Estadual de Adoção, realizado nesta segunda-feira (25), no auditório da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).
Representantes de Conselhos Tutelares e de Direitos, de instituições de acolhimento e de Secretarias de Assistência participaram do encontro. Na pauta, palestras como: Adoção de crianças e adolescentes com deficiência, proferida pela secretária da Mulher e dos Direitos Humanos, Roseane Cavalcante, Rosinha da Adefal, e a Construção de uma Cultura de Adoção pautada na centralidade dos interesses de crianças e adolescentes: uma análise interdisciplinar, proferida pelo juiz Carlos Cavalcanti.
Dados da Comissão Nacional de Justiça apontam que, atualmente, dos mais de 33 mil candidatos à adoção no país, apenas 2,5 mil não fazem restrições sobre as crianças a serem adotadas, sendo que 22% das crianças que vivem em instituições de acolhimento têm deficiência.
O juiz Carlos Cavalcante afirmou que discutir a celeridade com segurança nos processos de adoção é fundamental. Segundo ele, cerca de 300 crianças vivem em instituições em Alagoas, e apenas 5% dos candidatos querem adotar as que têm idade superior a seis anos. Quando a idade aumenta para nove anos, cai para meio por cento o número de famílias dispostas a adotar.
A secretária Rosinha abordou pontos como: doenças crônicas e termos que devem ser utilizados para se referir à pessoa com deficiência. Durante a palestra, ela disse que “na antiguidade, crianças pobres com deficiência eram mortas e as ricas viviam isoladas do convívio social. Falar em inclusão é respeitar, é reconhecer a desigualdade. É esse reconhecimento que vai promover a igualdade; a inclusão da pessoa com deficiência”, afirmou.
Rosinha disse que “apesar do Brasil possuir a legislação mais avançada para a pessoa com deficiência, da Íbero-América, na prática as políticas públicas para essas pessoas são mínimas”. Segundo ela, é preciso que se vençam as barreiras de atitude com relação à adoção de crianças e adolescentes com deficiência.
“O que precisa ser reconhecido é o potencial humano. Ter uma deficiência não é ser doente. Tenho uma deficiência e quando criança, entre cinco irmãos, era eu que menos adoecia. Nunca tinha gripe, por exemplo”, ressaltou a secretária.
Dentre as autoridades que fizeram parte da mesa de abertura do evento estavam: o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Washington Luiz Damasceno, o corregedor geral de Justiça, desembargador Klever Loureiro, o representante da Coordenadoria de Adoção, juiz Carlos Cavalcante, e a vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Manuela Menezes.