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Revestimentos valorizam sustentabilidade e elementos alagoanos
Nos últimos anos, a preocupação com meio ambiente se tornou foco de discussões ao redor de todo o mundo. A sustentabilidade também é a motivação principal de Eduardo Queiroz, proprietário da Verdom Revestimentos Naturais, e integrante do Arranjo Produtivo Local (APL) Móveis Maceió e Entorno. Ele fabrica peças com o uso de matérias-primas alagoanas que normalmente seriam descartadas, como o caule da bananeira, a mamona e o coco.
Eduardo Queiroz revela que o primeiro contato com o coco foi quando ainda morava em São Paulo e trabalhava como design de joias. “Um cliente já havia me pedido uma coleção com o uso do marfim, mas se tornou complicado ter acesso ao material. Então, caminhando pela feira, avistei um coco e acabei percebendo que poderia ser utilizado. Levei para o meu ateliê, fiz uns testes e inclui nas joias”, comenta.
Com o valor recebido pelas peças, deu início a um trabalho paralelo, uma oficina que criava produtos usando coco. Uma das ideias foi uma pastilha para decoração de ambientes, entretanto, o acesso à matéria-prima estava ficando cada vez mais escasso e mesmo que importasse do Nordeste, pagaria três vezes mais. Ele resolveu visitar Alagoas em busca de alternativas e em 1996 acabou se mudando para Maceió.
Sobre a resistência dos produtos, ele brinca. “A pastilha pode durar a eternidade e mais uns dois dias, não tem fungo, não tem nada, para degradar é muito difícil”. Há alguns anos, a peça, que já era exportada para várias partes do mundo, chegou a ganhar o prêmio Alemão IF de Design. Um dos locais onde o material fica exposto é no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Maceió, onde foi utilizado para revestir algumas paredes.
A linha de produção é bastante variada, hoje a Verdom está na fase de testes do concreto de coco, também vai lançar um material ideal para acústica de ambientes na Expo Revestir, uma feira internacional de revestimentos, em São Paulo, na próxima terça-feira (3). Desenvolvido no Estado e 100% natural, pode ser colocado em escolas, residências, hospitais, ou qualquer outro local.
Além da comercialização dos produtos da empresa, outro beneficiado com a venda é a Associação de Fibra e Arte (Fibrart), da cidade de Atalaia. O grupo fornece a fibra da bananeira, que também está incluída na lista de materiais usados pela Verdom. A empresa tem a preocupação de trabalhar a matéria- prima que já cumpriu a função, usar o que seria jogado fora e, por meio do design, agregar valor e ajudar a associação a gerar renda.
Para a gestora do APL Móveis Maceió e Entorno, Cléa Mascarenhas, a preocupação com a sustentabilidade e a geração de renda são fundamentais. “O arranjo produtivo está cumprindo a função da inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável, que são pilares para a execução dos nossos trabalhos, é muito bom ver que está tudo funcionando bem, inclusive as parcerias”, comenta.
O Arranjo Produtivo Local (APL) Móveis Maceió e Entorno faz parte do Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL), coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) em parceria com o Sebrae/AL.
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