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Helvio Auto é pioneiro no resgate de pacientes em abandono de tratamento

27/02/2015
Helvio Auto é pioneiro no resgate de pacientes em abandono de tratamento

Psicóloga Karina Vasconcellos informa sobre estratégia a ser utilizada para trazer pacientes de volta ao tratamento (Foto: Ana Paula Tenório)

Psicóloga Karina Vasconcellos informa sobre estratégia a ser utilizada para trazer pacientes de volta ao tratamento (Foto: Ana Paula Tenório)

O Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), realiza um trabalho pioneiro de levantamento e posterior busca aos pacientes em abandono de tratamento de HIV/Aids.
A equipe multidisciplinar do SAE está contabilizando os abandonos e seus motivos, para aplicar a intervenção mais adequada para que os pacientes retornem imediatamente ao tratamento.
É considerado um paciente em abandono de tratamento de HIV/Aids aquele que deixa de buscar a medicação por três meses consecutivos. No SAE do Hospital Helvio Auto, com ano-base de 2014, estão em situação de abandono de tratamento 123 pacientes, sendo destes, 81 homens e 42 mulheres. Com base nesses números, a equipe vai trabalhar diretamente com esses grupos.
“Quando o paciente inicia o tratamento no nosso Serviço, ele é convidado a assinar um termo de busca consentida que nos permite fazer contato com ele, caso abandone o tratamento. Por meio dos formulários de busca consentida será feita a busca ativa para que, utilizando o método mais adequado, traga de volta esse paciente ao nosso Serviço e, consequentemente, ao tratamento”, explicou a enfermeira do SAE Lygia Antas.
No momento está sendo feito o levantamento de dados por cruzamento de informações dos sistemas informatizados. Os pacientes que estão apresentando resultados de exame de carga viral acima do esperado ( exame que quantifica o número de vírus na corrente sanguínea) vão passar por uma triagem para saber o porquê do aumento, se abandonaram o tratamento, ou se mesmo recebendo medicação não estão aderindo ao tratamento ou usando de forma inadequada.
“Após esse levantamento, vamos estudar a melhor estratégia a ser utilizada para trazer esses usuários de volta ao Serviço”, enfatizou Karina Vasconcellos, psicóloga do SAE.
Segundo a experiência da equipe, os fatores para abandono do tratamento são variados, mas dois se sobressaem: reações emocionais negativas, causadas pelo estigma da doença, e alguns efeitos adversos da medicação nos primeiros meses de uso.
Ainda segundo a psicóloga do SAE, a não aceitação do diagnóstico atrapalha o uso correto da medicação. “Alguns pacientes afirmam que ao terem contato com o Serviço lembram que estão doentes, além do consequente medo da rejeição social. Este mecanismo de negação do diagnóstico  apresenta-se como uma situação ameaçadora e traz muito sofrimento para o paciente e pode contribuir para o abandono e desistências do tratamento”, completa a psicóloga.