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BNDES apoia revitalização do jardim histórico da Casa de Rui Barbosa
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem (30) a aprovação de apoio financeiro, no valor de R$ 3,6 milhões, para revitalização do jardim histórico do Museu Casa de Rui Barbosa – no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro -, vinculado ao Ministério da Cultura. No local, o jurista baiano viveu até 1923.
Os recursos serão destinados à Fundação Darcy Ribeiro (Fundar) e se somarão a R$ 1,2 milhão oriundos do Fundo Nacional de Cultura, liberados com a mesma finalidade, disse o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, professor Manolo Florentino.
“Vai ser um processo sincrônico”, segundo ele, pois a verba do Fundo Nacional de Cultura será direcionada para o restauro das estátuas, do quiosque e do mobiliário do jardim, “que custa muito caro”; e os R$ 3,6 milhões do BNDES serão aplicados na parte específica do jardim e nas obras de engenharia, disse.
O jardim do Museu Casa de Rui Barbosa data de 1850. “Ele tem 165 anos. Vai ser uma obra de engenharia profunda. Essa parte nós vamos trabalhar em associação com a Fundação Darcy Ribeiro”. Florentino salientou que vai ser o primeiro processo de revitalização de jardim histórico no Brasil, em grande escala. “Portanto, vamos nos defrontar com problemas que, eventualmente, serão inéditos”.
Por isso, disse que terão de ser criadas técnicas, além do próprio processo de revitalização. Cada etapa será filmada e registrada, para ser transformada depois em livro. A ideia, comentou Manolo Florentino, é devolver as informações às faculdades de urbanismo, paisagismo e arquitetura como um conhecimento novo, específico. “Posso dizer também que essa obra vai garantir a integridade do jardim por, no mínimo, as próximas três gerações”.
Ele acrescentou que será também o primeiro projeto no país, em grande escala, a seguir os moldes propostos pela Carta de Florença, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e pela Carta dos Jardins Históricos Brasileiros. A assessoria de imprensa do BNDES informou que essas duas convenções consideram tanto os valores culturais como os componentes ambientais na conceituação e definição dos princípios gerais de preservação de jardins históricos.
As obras deverão começar em fevereiro, com previsão de término em dezembro deste ano “ou, no máximo, em janeiro de 2016”, revelou Florentino. O jardim tem área de 6,2 mil metros quadrados. Estão previstas melhorias na pavimentação e acessibilidade para pessoas com necessidades especiais e idosos. O novo sistema de iluminação e sinalização possibilitará atividades noturnas no jardim, cujo horário de fechamento será estendido das 18h para as 21h.
De acordocom o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existem, no Rio de Janeiro, 40 jardins históricos, e o BNDES trabalha com a perspectiva de que o projeto de revitalização do Museu Casa de Rui Barbosa (na Rua São Clemente) abra espaço para outras iniciativas de manutenção e restauração de jardins históricos no país, em atendimento às normas de preservação patrimonial.
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