Em palestra, o antropólogo Kabengele Munanga declarou que a diversidade étnico-cultural e mistura de várias civilizações estão entre as maiores riquezas do Brasil

   Professores e estudantes de cursos de licenciatura estiveram presentes ao auditório da reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) nesta segunda-feira (17), para participar de palestra do Fórum Mestra Zumba: Pensamentos Afroameríndios. A iniciativa tem como objetivo promover reflexões sobre o ensino da diversidade e da importância da escola como um espaço de formação e combate ao preconceito.
O ponto alto do evento foi a palestra do antropólogo Kabengele Munanga, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) e uma das principais referências no que se refere a estudos sobre a identidade afrobrasileira e os avanços e erros do país no combate ao preconceito.
Dentre as questões abordadas na exposição de Munanga sobre os desafios do ensino da diversidade na prática docente estão a implementação das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que estabelecem a obrigatoriedade da inclusão da cultura a e da história afroameríndias no currículo das escolas da Educação Básica.
“A diversidade étnico-cultural e mistura de várias civilizações estão entre as maiores riquezas do Brasil, porém, as escolas ainda mantêm um ensino com uma visão eurocêntrica. Por isso, é muito importante trabalharmos a implementação e a temática destas duas leis junto aos educadores, pois a escola é um espaço de formação e tem papel essencial para o combate a comportamentos preconceituoso”, destaca Munanga.
No mesmo dia, o professor Munanga proferiu palestra na faculdade Cesmac e, na terça-feira (18) será a vez do campus da Uneal em Arapiraca.

    Parceria – No evento, que é resultado de uma parceria entre a Ufal, Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e a faculdade Cesmac, Na ocasião, os representantes dos órgãos envolvidos frisaram a importância da parceria entre as diversas instâncias e instituições educacionais no combate ao preconceito no ambiente escolar.
“É essencial termos esta parceria entre as diversas instituições para levarmos esta discussão para o dia a dia da escola, pois é lá que começa a formação dos nossos cidadãos. A SEE promove constantemente ações para dar visibilidade à temática, inclusive ela também foi trabalhada e inclusa no Referencial Curricular que lançamos recentemente e que traz orientações para as escolas da rede estadual e municipais acerca das práticas pedagógicas para Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio”, ressalta Claudiane Pimentel, superintendente de Políticas Educacionais da SEE.
A coordenadora do Fórum Mestre Zumba, professora Nadir Nóbrega, da licenciatura de Dança da Ufal, também fala da necessidade da união entre as esferas educacionais. “A implementação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 é um compromisso coletivo e é de extrema importância termos esta parceria entre a universidade e a secretaria, pois a primeira é responsável pela formação de professores nos cursos de licenciatura e a secretaria, futuramente, receberá estes professores em sua rede”, afirma.