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Qualidade da cardiologia brasileira não está mais só em São Paulo, diz especialista

13/11/2014
Qualidade da cardiologia brasileira não está mais só em São Paulo, diz especialista

    Otoni Moreira Gomes (10)As técnicas de diagnóstico e cirurgia cardíaca no Brasil, já reconhecidas entre as melhores do mundo, estão passando por mudanças, segundo o cirurgião cardiovascular Otoni Moreira Gomes (MG), coordenador do XXIV Fórum Científico que está acontecendo em Maceió. E, em sua opinião, para um patamar bem melhor e mais importante para o país.
A mudança, para ele, “é o foco de competência, que não é mais apenas São Paulo, mas vários outros Estados, inclusive Alagoas, que tem hoje o segundo mais longevo transplantado cardíaco do país”.
– Vejo que hoje o Nordeste é o Brasil evoluído na cardiologia. Tem profissionais de elevada competência, que está demonstrada nos seus feitos e na participação no fórum – disse.
O Fórum Científico é um megaevento que reúne mais de dez congressos, simpósios e seminários internacionais de cardiologistas e outras especialidades ligadas à área, como biomédicos, enfermeiros, assistentes sociais, engenheiros da área etc. Também acadêmicos participam em massa das discussões nos eventos.
Modelo exportado – Otoni Gomes defendeu que esse modelo de evento seja também adotado por outras especialidades. “O Fórum Científico atualiza e informa sobre as novidades e avanços tecnológicos no mundo para todos os profissionais das áreas correlatas, no nosso caso a cardiologia”, disse ele.
E acrescentou que, como megaevento, o fórum inspirou a realização de encontros científicos análogos em vários países. “Todos bastante exitosos”, disse, lembrando que também se destinam a integrar nas discussões científicas as diferentes especialidades e treinar  acadêmicos.
A estratégia parte do princípio de que as diversas especialidades envolvidas no atendimento a um paciente estão, na grande maioria das vezes, mais diretamente presentes que os médicos e devem ter, portanto, conhecimentos complementares que orientem um comportamento técnico de auxílio ao tratamento, recorrendo ao médico apenas quando necessário.
Daí, segundo Otoni Gomes, é importante que biomédicos, enfermeiros, assistentes sociais e outros estejam a par dos últimos avanços de abordagem e tratamento de pacientes com problemas no coração, “inclusive para que possam avaliar os riscos dos doentes e atitudes a serem tomadas”, acrescentou.
Durante o fórum, que termina no sábado, várias técnicas cirúrgicas novas, enxertos cardiovasculares, última geração de marca-passo cardíaco e até robótica estarão na pauta de discussão. Participam do megaevento com apresentações de palestras profissionais dos EUA, Canadá, Argentina, Hungria, Venezuela, Peru e Brasil.