Estudantes de 7º e 8º anos do Ensino Fundamental de todo o Brasil participam da etapa regional da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP), em Maceió (Foto: Cortesia/Pei Fon)

Cento e vinte cinco estudantes de 7º e 8º anos do Ensino Fundamental estarão em Maceió, até esta quarta-feira (5), para participar da etapa regional da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro (OLP). A organização do evento escolheu a capital alagoana para receber os semifinalistas da categoria “Memórias Literárias”, e divulga na noite desta quarta-feira a lista dos finalistas do gênero que participarão da grande final da olimpíada, em Brasília, no mês de dezembro.
Enquanto os alunos e professores participam de palestras e oficinas no Hotel Ritz Lagoa da Anta, duas comissões julgadoras se reúnem para analisar os textos dos jovens e os relatos de prática de seus professores. Às 19h do dia 5, no mesmo hotel, a organização da olimpíada anuncia os 38 textos finalistas, selecionados dentre os 125 iniciais, que seguirão para a etapa nacional do evento.
“A comissão julgadora, em sua análise, vai levar em consideração, fatores como coesão, coerência, resgate histórico, progressão do texto e uso do vocabulário.  Da etapa final do OLP, sairão os vinte melhores textos, cinco para cada um dos quatro gêneros trabalhados”, explica Sônia Madi, da coordenação geral da OLP.
Outro aspecto importante do evento é a troca de experiências entre estudantes e professores de todo o Brasil, conforme destaca a coordenadora da OLP em Alagoas, Magda Torres. “É uma experiência enriquecedora tanto para nós, que conheceremos trabalhos de outros estados, como também para nossos visitantes, que poderão aprender sobre a cultura e história de Alagoas”, frisa Magda.

Oficinas –  Durante toda a terça-feira (4), os alunos participaram de palestras e oficinas de produção de texto. Uma das atividades da programação foi a entrevista com a educadora Maria Pankararu. Índia da comunidade Pankararu, no alto sertão pernambucano, Maria, em 2006, obteve nota 10 na defesa de sua tese de Doutorado em Lingüística, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e foi a primeira mulher indígena do país a conquistar este título acadêmico.
Na ocasião, Maria relatou sua história de superação e contou como, mesmo sendo vítima de preconceito de algumas pessoas de seu convívio, não se deixou abater nem desistiu de seus sonhos, ressaltando a importância da educação para as conquistas em sua vida. “Sempre gostei de estudar e tive o total apoio de minha família para isso. A Educação é o caminho que nos abre muitas portas e, para mim, revelou um mundo incrível de conhecimento. Para mim, é uma grande alegria compartilhar minha história com vocês”, disse Maria.
A partir do relato de Maria, os 125 estudantes presentes redigiram um texto no formato de memórias literárias. Esta redação será comparada com o texto originalmente inscrito na Olimpíada, quando os alunos entrevistaram pessoas de suas comunidades para a produção do relato.

A Olimpíada – Uma ação do MEC em parceria com a Fundação Itaú Social, a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro é coordenada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Canal Futura.
Realizado a cada dois anos, o concurso de produção de textos é dividido nas categorias Poema (para alunos do 5º e 6º ano do Ensino Fundamental), Memórias (voltado para os estudantes do 7º e 8º anos do Ensino Fundamental), Crônicas (alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio) e Artigo de Opinião (estudantes do 2º e 3º ano do Ensino Médio).
Em todo o Brasil, serão selecionados 500 textos, 125 por categoria, o que permitirá a presença de cada estado brasileiro e Distrito Federal nos quatro gêneros.