O empresário francês Julien Grandiére avalia artesanato produzido em Feliz Deserto (Foto: Ascom Seplande)

  Depois de compor o cenário da moda nacional firmando parceria com marcas nacionais como a Cantão, as artesãs do município de Feliz Deserto vão ver seus produtos circularem também fora do País. Ao passar por um período de quase sete meses de avaliação, elas foram selecionas para integrar a nova coleção da empresa francesa Muuñ Paris, com a produção de mil bolsas de fibra de taboa, elevando o artesanato alagoano a nível internacional.
Fruto de um longo trabalho de divulgação e articulação promovido pela Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), os artesãos tem a oportunidade de ganhar novos espaços e autonomia de mercado. Foi a partir dessa iniciativa, inclusive, que surgiu a curiosidade do empresário francês Julien Grandiére pelo artesanato alagoano, sobretudo, sua produção à base de fibra.
Desse interesse, o sócio proprietário da empresa Muuñ Paris decidiu vir até Alagoas para ver de perto o processo de confecção de algumas regiões do Estado. Durante o mês de janeiro, o francês visitou alguns municípios como Água Branca, Coruripe, São Miguel dos Milagres e Feliz Deserto, onde conversou com profissionais e viu a capacidade de produção de cada associação. De imediato, a proximidade com as peças produzidas pela empresa despertou a atenção do empresário.
Responsável por adquirir peças artesanais produzidas em Nyariga – uma pequena vila em Gana, na África – e revendê-las depois de estilistas darem um toque especial para cada peça, Julien Grandiére diz ter encontrado no artesanato alagoano as características necessários para os seus produtos. Os resultados não poderiam ser diferentes, uma vez selecionado, o município de Feliz Deserto firma parceria por tempo indeterminado com a empresa, centralizando agora suas atividades na confecção dos produtos, que serão lançados durante o mês de dezembro por todo o mundo.
Com possibilidade de expansão para outros municípios, ou até na inclusão de novos materiais, como os produtos à base de fibra de ouricuri, o artesanato vem transformando o cenário cultural alagoano.
“Estamos constantemente em busca de novos projetos, é um trabalho conjunto de divulgação dos nossos profissionais, que já exportam peças para os Estados Unidos e países da Europa. Os avanços só refletem a qualidade do artesanato alagoano, que com suas peculiaridades tem encantado não só os turistas que visitam o Estado, mas ao redor do mundo”, destaca a diretora de Design e Artesanato da Seplande, Dyslane Teles.