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Índios reconhecem importância da preservação para manter tradições

01/08/2014
Índios reconhecem importância da preservação para manter tradições

Comunidade da Aldeia Karapotó Plaui-ô, em São Sebastião, participaram de diversas atividades com foco na preservação ambiental (Fotos: Ascom IMA)

Comunidade da Aldeia Karapotó Plaui-ô, em São Sebastião, participaram de diversas atividades com foco na preservação ambiental (Fotos: Ascom IMA)

   O Instituto do Meio Ambiente (IMA) com o apoio do Batalhão de Polícia Ambiental realizaram diversas atividades de educação ambiental na Aldeia Karapotó  Plaui-ô, localizada no município de São Sebastião, agreste alagoano.
“Sem preservar nós não somos ninguém, sem a área preservada o índio enfraquece, enfraquece a cultura e a tradição”, disse Auro de Oliveira, 39 anos, pajé na aldeia Karapotó Plaki-ô.  A área abriga bonitos remanescentes florestais.
As crianças, enquanto brincavam, aprenderam a produzir brinquedos a partir de objetos reaproveitados, como os CDs velhos e as garrafas de plástico que poderiam se acumular no solo e provocar contaminação até de rios.
“É importante realizar esse tipo de atividade, porque as crianças aprendem desde pequenas a importância de produzir menos lixo e evitar jogar no ambiente”, disse Simone Albuquerque, diretora de Desenvolvimento e Pesquisa do IMA.
As mães também participaram de oficina para produção de sabão a partir do óleo que sobra de frituras. Além das atividades com reaproveitamento de materiais, também foram inseridos em açudes da área peixes doados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba (Codevasf).
Os policiais do Batalhão Ambiental ainda expuseram artigos apreendidos de caçadores.
Os índios Karapotó Plaki-ô possuem área demarcada com cerca de 1.200 hectares há quase 23 anos, conforme informação do pajé.
São 120 famílias que utilizam a terra para cultivar alimentos como feijão, milho, mandioca, amendoim e abóbora, além de criar animais. “O que nossos antepassados tinham foi destruído, foi transformado em pasto, derrubado até com trator. Mas a gente sabe que precisa da área preservada para manter nossa tradição, nossa cultura”, comentou Auro.
O pajé ainda ressaltou a importância da presença dos órgãos proteção e de fiscalização para contribuir nos trabalhos de preservação. Segundo Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA, a ação está inserida nas atividades intensificadas na região do baixo São Francisco, com a instalação de uma base descentralizada do órgão em Porto Real do Colégio.