Geral

No sufoco, Messi e Di María salvam, e Argentina supera ferrolho na prorrogação

01/07/2014
No sufoco, Messi e Di María salvam, e Argentina supera ferrolho na prorrogação

Messi e Di María, os dois responsáveis pelo gol salvador da Argentina

Messi e Di María, os dois responsáveis pelo gol salvador da Argentina

  O ferrolho suíço deu muito trabalho. A defesa parecia intransponível. Mas a Argentina contou com a genialidade de seus dois principais jogadores para conseguir a vitória magra, sofrida, no fim do segundo tempo da prorrogação: 1 a 0, gol de Ángel Di María após lindo lance de Lionel Messi.
Mas a tensão durou até o último instante. Primeiro, Dzemaili cabeceou na trave e mandou o rebote para fora. Na falta na meia-lua, Shaqiri mandou na barreira, e o árbitro apontou para o centro do gramado. Explosão na Arena Corinthians.
O duelo, o penúltimo das oitavas da Copa do Mundo, foi diferente dos outros nesta fase. Desta vez, a Suíça entrou com a proposta de defender, e muito, apostando no contra-ataque. Os argentinos não passavam pela marcação e quase não tiveram chances. As torcidas se provocavam: gritos de “olé” por parte dos brasileiros, música sobre 1990 pelos argentinos, e a partida não melhorava.
O confronto foi para o tempo extra, mas só teve emoção na etapa final. Os 15 derradeiros minutos. Di María, apagado até então, teve duas oportunidades antes de decidir. Messi, um oásis no deserto de ideias argentino, decidiu de novo.
A Argentina, agora, terá pela frente Bélgica ou Estados Unidos nas quartas. O confronto vai acontecer no próximo sábado, às 13h, em Brasília.

    O jogo

O ferrolho suíço tinha ficado no passado, mas resquícios dele foram vistos no primeiro tempo na Arena Corinthians. Mesmo com maior posse de bola, a Argentina pouco conseguia criar e ficava apenas rodando a bola. Enquanto isso, a equipe de Ottmas Hitzfeld apostava em contra-ataques. O primeiro chute aconteceu apenas aos oito minutos de jogo com Inler, mas a bola foi por cima do gol defendido por Romero.
A primeira chance argentina aconteceu apenas aos 24 minutos, quando Messi cobrou falta pela direita e Higuaín cabeceou para fora. Com suas principais peças bem marcadas, o time de Alejandro Sabella aguardava pela genialidade do capitão.
Mas foi a Suíça quem teve a grande oportunidade para abrir o placar. Aos 26, em bela trama pela direita, a bola foi rolada à marca do pênalti para Xhaka, livre, que bateu em cima de Romero. Na sequência, os argentinos assustaram duas vezes. Primeiro, Lavezzi pegou um rebote, porém chutou fraco nas mãos de Benaglio.
Depois, em cobrança de escanteio, Di María mandou na pequena área, e por pouco Garay não raspa de cabeça para balançar as redes.
A Suíça teve ótima oportunidade novamente aos 38, quando Drmic recebeu passe de Shaqiri em profundidade, sem marcação, Romero exitou em sair do gol, mas o atacante quis inventar uma cavadinha e jogou a bola nas mãos do argentino.
Sem mudanças no intervalo, a Argentina voltou com mais vontade e assustou logo no primeiro minuto quando Lavezzi recebeu pela esquerda, cruzou rasteiro, mas Djourou travou Higuaín no momento do chute. Aos 4, Shaqiri cobrou falta pela direita e quase surpreendeu Romero, que fez uma defesa difícil. Na sequência, em outro contra-ataque, o meia do Bayern de Munique rolou para trás, mas Drmic chutou por cima.
O duelo seguiu com muita disposição, erros de passe e poucas chances. A Argentina voltou a criar apenas aos 13 minutos, quando Di María abrir para Lavezzi, que encontrou Rojo na passagem, e o lateral chutou para defesa estranha de Benaglio.
A torcida se inflamou quando Messi roubou uma bola de Schar e sofreu falta. E o bicampeão mundial também. Aos 17, Rojo cruzou na cabeça de Higuaín, e o goleiro suíço mandou para escanteio. A pressão argentina continuou através de cruzamentos, com a bola passando de um lado a outro da área vermelha.
Aos 22, Messi pegou um dos rebotes de cruzamento, ajeitou pouco antes da linha da área e bateu com muito perigo, tirando tinta do travessão de Benaglio. Oito minutos depois, o camisa 10 lançou para Palacio, que tinha acabado de entrar na vaga de Lavezzi, mandar de cabeça à esquerda do gol.
Pouco depois, Messi ajeitou a bola vinda de outra rebatida, invadiu a área tirando dois marcados e chutou rasteiro, mas Benaglio defendeu.
A partida voltou a ficar morna, e a Suíça assustou já aos 46 do segundo tempo, quando Schar cabeceou uma cobrança de falta por cima do gol.

 E mais uma prorrogação aconteceu nas oitavas de final

A primeira etapa foi monótona, com a torcida brasileira gritando “olé” no toque de bola da Suíça. Os jogadores europeus, mesmo com o placar intacto, entraram na onda e preferiam passar o pé sobre a bola em vez de atacar.
No começo do segundo tempo, Di María acordou e arriscou um chute forte que tinha endereço certo, mas Benaglio se esticou e mandou para escanteio. Em outra boa jogada, o meia-atacante do Real Madrid tentou o arremate, porém a defesa abafou.
Até que aos 12 minutos o ferrolho se desmontou: Messi carregou do meio campo, passou por um adversário e rolou na medida para Di María, pela direita, tocar de canhota, cruzado, para vencer o goleiro Benaglio. Festa em Itaquera!
Mas o jogo só acaba quando termina, diz o ditado. E a Suíça teve duas grandes chances no final: após levantamento na área, Dzemaili cabeceou na trave e, no rebote, sem jeito, mandou para fora. Incrível! E a Argentina se salvou!