IML de Maceió terá atendimento exclusivo para crianças vítimas de violência

Será inaugurado nesta sexta-feira (16) o Núcleo de Apoio Psicossocial (NAPS) do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió. O espaço exclusivo é destinado ao atendimento prioritário de crianças vítimas de violência no estado.
O Núcleo funcionará com plantão presencial de médico legista para o exame de corpo de delito e com duas psicólogas que serão responsáveis pela consulta antes do exame, garantindo às crianças de 0 a 12 anos um atendimento totalmente humanizado. Toda a área do núcleo recebeu decoração infantil e contará com uma brinquedoteca equipada com livros, jogos e brinquedos.
A direção Geral da Perícia Oficial e a direção do IML farão a abertura oficial do núcleo às 10h desta sexta-feira (16), com a visita de uma comissão formada por representantes da área de Segurança Pública, Justiça e de órgãos que lutam contra os crimes que vitimizam crianças.
O diretor do IML, Luiz Mansur, explica que a abertura do Núcleo na unidade de Maceió foi idealizada pelos próprios funcionários do órgão, que se sensibilizaram com o alto registro de casos e decidiram, por conta própria, montar o espaço. A implantação do Núcleo contou com o patrocínio da ONG Parceiros da Vida. Para o médico e diretor do IML, a iniciativa trará muitos benefícios para as crianças dos 50 municípios atendidos pelo órgão.

Alto número de vítimas – Em 2013, o IML de Maceió registrou 511 atendimentos para crianças de zero a 12 anos, desse total, 217 exames foram feitos em vítimas de lesão corporal, 242 exames em vítimas de estupro com conjunção carnal e 52 exames de estupro por ato libidinoso.
Este ano, só nos três primeiros meses (de janeiro a março), o IML já contabilizou 149 atendimentos a mesma faixa etária de crianças, sendo 76 por lesão corporal, 64 por estupros com conjunção carnal e 9 estupros por ato libidinoso.
Segundo a psicóloga Rita Carla Sales, apesar dos esforços dos funcionários e médicos do IML, as crianças eram atendidas de forma precária, o que atrapalhava o atendimento e o resultado do exame, já que as crianças não se sentiam à vontade.
“Antes do núcleo, as crianças eram atendidas como um paciente comum. Agora, com esse novo espaço, será possível oferecer mais qualidade na assistência e proporcionar um maior aconchego para essas crianças”, destacou a psicóloga.