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Caso Diego Florêncio: Réus são interrogados e testemunhas dispensadas
O julgamento dos acusados de assassinar, em 2007, o jovem Diego de Santana Florêncio, teve início repleto de muitas polêmicas e detalhes inesperados. Familiares e amigos da vítima marcaram presença no Fórum de Maceió, no Barro Duro, vestindo camisas que estampam o rosto de Diego. A mãe da vítima, Leoneide Florêncio, disse que foi ameaçada e teve que comparecer ao julgamento protegida por um segurança.
“Lutei por esse desaforamento durante cinco anos e todos os desembargadores votaram para que o júri viesse para Maceió. São três famílias influentes em Palmeira. Até hoje somos ameaçados verbalmente, por telefone, com zombaria, por isso saí da cidade. Não podíamos mais andar em nenhum lugar lá. Mas estou disposta a tudo para conseguir justiça pela morte do meu filho”, afirmou Leoneide
Testemunhas dispensadas
Um dos pontos fortes da defesa era a oitiva das testemunhas do caso que foram dispensadas e não precisaram comparecer ao julgamento. O requerimento de dispensa foi feito pela promotora Martha Bueno que tomou como base o princípio da paridade de armas. Segundo a promotora, “os réus forjaram álibis e, como algumas testemunhas não foram localizadas, o Ministério Público Estadual entendeu por bem dispensar todas elas”.
O advogado de acusação, José Fragoso, disse que “os três réus tiveram participação no crime. Ele lembra que Toninho, Paulinho e Juliano já haviam se desentendido com a vítima, que teria acusado o grupo de clonar cartões de crédito em Arapiraca”.
“Diego estava pagando uma conta e os réus chegaram ao local e o chamaram de liso, foi quando a vítima disse que pagava com o cartão do pai e que eles clonavam cartões”, afirmou Fragoso. Esse foi o estopim para o crime, segundo a acusação.
Já a defesa, realizada pelo advogado Raimundo Palmeira, afirmou que não há, nos autos, nenhuma prova que acuse Toninho. “Nos autos, não consta nada que acuse Toninho. Ele nem conhecia o Diego”.
Depoimentos
Juliano Balbino foi o primeiro a ser ouvido, apesar de o advogado de defesa, Lutero Gomes ter apresentado um atestado alegando que o réu não tinha condições de falar porque estava sedado, o que não foi aceito pelo juiz. Ao ser questionado pelo magistrado, Juliano disse que iria permanecer calado e não respondeu a nenhuma das perguntas.
O segundo a ser interrogado foi Paulinho do Cartório. Ele disse que a denúncia do Ministério Público que acusa ele e mais dois de participar do crime é mentirosa.
“Venho externar o sofrimento que venho passando esse tempo todo, eu e minha família por essa montagem que fizeram para me prejudicar. Trabalhei a vida inteira, nunca bati em ninguém, nunca fiz nenhuma maldade com ninguém. Não era amigo do Diego, mas jogava bola com ele. Essa historia que a gente tinha inimizade não existia. Mesmo que eu soubesse que o Diego tinha algo contra mim, jamais teria essa capacidade. Todos sabem, em Palmeira, que sou trabalhador e nunca tive interesse em fazer mal a ninguém”.
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