Para orientar a população sobre a prevenção e tratamento da tuberculose, a Secretaria de Estado de Alagoas (Sesau) realizou nesta segunda-feira (24) uma ação educativa no calçadão do comércio em Maceió. O evento marcou o Dia Mundial de Combate a Tuberculose e contou com a  parceria do município de Maceió.
A iniciativa teve o objetivo de orientar a população sobre os riscos da doença e a importância de seguir corretamente o tratamento, que tem duração de seis meses. “Muitas vezes o paciente abandona o tratamento após a diminuição dos sintomas. Isso pode causar o retorno da enfermidade, além de criar o risco de tolerância ao medicament, dificultando a cura”, explicou a médica e superintendente estadual de Vigilância à Saúde, Sandra Canuto.

A doença

A tuberculose é uma doença transmitida oralmente, tendo o risco de infecção ampliado durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação. De acordo com a superintendente, apenas em 2013 foram registrados 1.160 casos em Alagoas. Sandra Canuto ressaltou ainda que o diagnóstico precoce é importante para o sucesso do tratamento e evitar  sequelas e a incidência de novos casos.
“Os sintomas da tuberculose são similares aos da gripe comum, com a presença de tosse seca e contínua, além da produção da secreção; por isso é importante que o paciente procure uma unidade de saúde após a persistência dos sintomas por mais de duas semanas”, explicou Sandra Canuto.
Outros sintomas associados à tuberculose são dificuldade na respiração, dores de cabeça e cansaço. “O paciente acometido por essas manifestações deve procurar a unidade de saúde mais próxima, onde a doença será diagnosticada através da análise dos sintomas e a realização de exames laboratoriais das secreções pulmonares e escarro”, explicou a coordenadora do programa estadual de combate à tuberculose, Ivete Tenório.

Tratamento

A coordenadora explicou que o tratamento é feito com a administração de antibióticos com duração aproximada de seis meses que não podem ser interrompidos. “Durante o tratamento, o paciente não pode consumir bebidas alcoólicas, drogas e tabaco. Além disso, deve evitar locais fechados, aglomerados e ventilação deficiente”, orientou Ivete, lembrando ainda que todos os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A enfermeira Alda Rodrigues alertou que o índice de abandono do tratamento foi de 11,7% em 2013, o que vem interferindo na cura, já que o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 5%. “A gestão pública tem investido em trabalhos de educação, busca ativa de pacientes e maior controle e fiscalização do tratamento para diminuir os índices de abandono do tratamento”, afirmou.
Também presente a ação, a agente comunitária Silvia Almeida ressaltou que a tuberculose é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais, estando associada às condições de vida da população, com muitos casos identificados entre os mais carentes.
Vítima da tuberculose, Antônio dos Santos visitou o estande montado pela Sesau e deu um exemplo de responsabilidade no trato da doença. “Fui diagnosticado com tuberculose e segui à risca o tratamento recomendado pelo médico do SUS, inclusive abandonando o consumo de cigarro e bebidas alcoólicas. Após seis meses recebi a confirmação de estar livre da infecção e desde então realizo exames anuais para garantir minha saúde”, testemunhou.
No Estado, os municípios de maior incidência são Arapiraca, Coruripe, Delmiro Gouveia, Maceió, Marechal Deodoro e Palmeira dos Índios. Os municípios que apresentam maior incidência da doença as cidades, por registrarem 71% dos casos são: Penedo, Pilar, Rio Largo, Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos, Teotônio Vilela e União dos Palmares.
Em Maceió, os Hospitais Hélvio Auto e Universitário, além do PAM Salgadinho, são as unidades de referência para o tratamento. Já em Arapiraca, o Centro de Referência Integrado (Cria) é responsável pelo tratamento dos pacientes diagnosticados com tuberculose.