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Resgatando a história
Na alvorada do ano de 2014, fui recipendiário do valoroso livro – Rio Largo: cidade operária – de autoria do Dr. Arnaldo Paiva Filho, procurador de Estado, sócio efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI). Agora, torna-se novel escritor a serviço de sua honrada família que prestou e presta relevantes serviços à sua terra/mãe.
A obra é, por excelência, histórica onde narra a trajetória do inolvidável comendador José Antonio Teixeira Basto ( 1857/1918), bisavô materno do autor, bem como fundador da Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos. E, portanto, resgata a história real da indústria têxtil que poderia ter superado o setor sucroalcoleiro que, no século XXI, vive a pior crise desde que a cana fora experimentada pela Capitania de Pernambuco como solução econômica à Coroa portuguesa.
Segundo o apresentador do livro historiador marxista Golbery Lessa, “ A decadência da indústria têxtil em Alagoas apagou da memória social o seu proletariado e a sua burguesia. Foram esquecidos os heróis operários, como José Graciano, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e os capitalistas mais poderosos, como Gustavo Paiva, ambos com atuação em Rio Largo. Mas o passado estará sempre em disputa. O retardamento da complexificação econômica decorrente da hegemonia da burguesia açucareira nos últimos cinquenta anos levou a sociedade alagoana a tal impasse que muitos passaram a perguntar se no passado existiram alternativas mais progressistas.”
Dir-se-ia que a abalizada pesquisa, contou com a ajuda da coletânea de suas tias Hylza/Zuleika ( in memoriam) que, por sinal, serviu de subsídios ao pesquisador para que a mesma adquirisse veracidade nos fatos narrados. E, por isso, o trabalho científico do riolarguense Arnaldo Paiva Filho foi julgado pela imprensa e os meios acadêmios como de alta importância a historiografia caeté.
Por essas razões, a doação do exemplar à AAI abrilhanta seu pequeno acervo, e, ao mesmo tempo, demonstra que o autor herdou de seus pais Helena da Rosa Oiticica/Arnaldo Pinto Guedes de Paiva atenção às pessoas . E, por extensão, contabilizou também a inteligência privilegiada de seus genitores.
Com o falecimento precoce do inolvidável comendador Teixeira Basto, o seu filho legítimo comendador Gustavo Paiva deu continuidade ao empreendimento, dotando-o de assistência médico/odotológica aos funcionários que, à época, ainda não existiam as leis trabalhalistas que hoje estão em vigor. Foi, sem dúvida alguma, o precursor do presidente Getúlio Vargas no tocante ao assistencialimo.
Merece, pois, reproduzir texto inserido na página cento dezoito do livro em apreço: “Os Paiva têm sua origem numa das cinco grandes linhagens portuguesas. É de raiz toponímica, pois adota o nome da região banhada pelo rio Paiva, localizado ao norte de Portugal, próximo à cidade do Porto.”
Ao longo da narrativa que se prende enaltecer o trabalho de seus ancestrais, Arnaldo Paiva Filho debruçou-se em farta documentação visando trazer à tona a saga de uma família que abrilhanta não só a história do clã Paiva, mas a observância dos atos daqueles portugueses desbravadores da região como um todo.
Fazer o bem sem saber a quem, fora o lema do comendador Gustavo Paiva. E, portanto, construiu um império econômico e, ao mesmo tempo, deixou para seus descendentes exemplo de ética, transparência pública, e, sobretudo, o amor como forma de bem-estar ao proletariado tão vilipendiado nos dias atuais.
Infelizmente, comparando a administração municipal atual a do ex-prefeito Arnaldo Pinto Guedes de Paiva ( 1951/1955), vê-se a desorganização social, a falta de ações políticas capazes de sorguer o município. E, por isso, macula a história daquele unidade municipal importantíssima ao Estado na década de sessenta
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