Cidades
Rádio Difusora comemora 65 anos de atuação
A rádio Difusora de Alagoas celebrou, nesta quinta-feira (19), seus 65 anos, no auditório Teatro Linda Mascarenhas, homenageando homens e mulheres que construíram a história do veículo de comunicação.
Além das homenagens, o Instituto Zumbi dos Palmares organizou uma exposição de rádios antigos, gravadores akai de rolo e discos de vinil com a proposta de remeter aos visitantes à era de ouro do rádio brasileiro. Ainda na celebração, foi transmitida para o público a radionovela Pequetita – um antigo sucesso das programações da Difusora. Vestidos a caráter, os atores apresentaram o último capítulo da radionovela.
Para o diretor do IZP, Marcelo Sandes, a emissora tem o papel de influenciar culturalmente a sociedade alagoana se tornando referência em termos de entretenimento e informação. De acordo com Sandes, a determinação do governador Teotonio Vilela é ampliar o sinal e a qualidade da transmissão. “Dar acesso às programações educativas e culturais para mais ouvintes alagoanos. Esse é um esforço do Governo atual que investe no processo de modernização da Difusora”, ressaltou.
Durante a comemoração, o vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô, reencontrou velhos amigos da rádio Difusora e recordou a história da emissora, que em muitos momentos fez parte da sua trajetória política. “Lembro da figura marcante de Edécio Lopes, das minhas entrevistas na Rua Barão de Zé Miguel, no Farol. A rádio, como emissora de Estado, sempre cumpriu um papel social importante, coletando dados e informando à população”, disse Nonô.
Homenagens
Reinaldo Cavalcante, foi um dos homenageados pelo IZP, começou na Difusora no início dos anos 60. Em 1964, Rei – como é carinhosamente chamado pelos amigos – inaugurava o Dia de Praia, o programa mais antigo do rádio alagoano. “Comecei na Difusora como locutor comercial, fui também locutor esportivo, noticiarista, apresentador de programa e narrador esportivo. Fui também diretor geral da rádio, quando me aposentei”, contou. “Antigamente era preciso ter o sangue do rádio na veia”, acrescentou Reinaldo, que continua atuando como radialista em outra emissora.
Também foi homenageado José Cavalcante de Barros que começou a trabalhar na Difusora em 1958 como ator de radionovelas. Perto de completar 86 anos de idade, Cavalcante lembrou os momentos que viveu naquela época. “Com Emanuel Rodrigues fiz um programa chamado Rádio Picadeiro. A gente pintava a cara de palhaço e apresentava um verdadeiro circo no auditório da Rua Pedro Monteiro. Nos dias de domingo a fila chegava à Praça dos Palmares”, disse. “Estou muito feliz com esta homenagem. Fui o primeiro a chegar hoje aqui”, afirmou o ator. Além desses, foram homenageados Jalon Cabral, Aidete Viana e Esténio Reis.
Caçulinha das Américas
A Rádio Difusora de Alagoas, inaugurada pelo governador Silvestre Péricles, no dia 16 de setembro de 1948, foi uma das últimas representantes da era de ouro do rádio e ganhou o título de Caçulinha das Américas. “Está no ar a ZYO-4, Rádio Difusora de Alagoas. Já não somos a zona de silêncio do Brasil”, discursou Péricles ao abrir o primeiro dia de programação da rádio.
Um dos programas mais populares era o Rádio Variedades, apresentado, inicialmente, por Alcides Teixeira, e depois por Odete Pacheco. Rádio Variedades era um programa dominical, que tinha como ponto forte a apresentação de calouros um dos pontos fortes.
Cantores como Juvenal Lopes, Claudius Jucá, Marlene Silva e Zezé de Almeida, tinha contrato fixo. Para acompanhar esses profissionais, a Rádio mantinha também músicos e bandas inteiras. A Polícia Militar de Alagoas e o antigo 20º Batalhão de Caçadores, do Exército, contribuíram muito para o sucesso musical da emissora, assim os cantores Orlando Silva, Sílvio Caldas, Nelson Gonçalves, entre outros que se apresentaram nas transmissões da Rádio.
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