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Luto na família maçônica

24/07/2012

  A família maçônica brasileira está em luto pela morte de Alberto Mansur, que partiu na madrugada de 17 de julho de 2012, aos 89 anos. Ele era fluminense, nascido em 07/09/1922, na cidade de Vargem Alegre (RJ). Alberto Mansur era Maçom do Grau 33° e foi Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria no Brasil (1974-1998). Ele também foi fundador da “Ordem DeMolay” (16/08/1980) e da “Ordem Internacional das Filhas de Jó” (21/11/1993) em solo brasileiro, respectivamente. Tanto a “Ordem DeMolay” quanto “As Filhas de Jó” são entidades paramaçônicas destinada à juventude, com o fim de promover o desenvolvimento moral e espiritual dos adolescentes, rapazes e moças, objetivando a formação de líderes e de cidadãos de caráter retilíneo, com elevados princípios morais e éticos. A Ordem DeMolay foi criada nos EUA pelo maçom Frank Shermann Land (18/03/1919), enquanto a Ordem “As Filhas de Jó” foi criada pela esposa de um maçom, Sra. Ethel T. Wead Mick (20/10/1920), também nos EUA. Por sinal, no Brasil, a Ordem DeMolay ultrapassa o número de 28 mil jovens ativos, filiados em mais de 400 Capítulos (Lojas), espalhados pelo país. O método de aprendizagem nos círculos da Ordem DeMolay, orientado por mestres maçons, introduz a prática da convivência social, estudos históricos e filosóficos da Ordem Maçônica, além de serviços à comunidade.  

No entanto, oportuno se faz uma breve narrativa sobre o maçom Jacques DeMolay, uma vez que a paciência de Jó é bastante conhecida entre judeus e cristãos, além de suas três filhas, as mulheres mais justas da terra: Quézia (fé), Jemima (pureza) e Quéren-Hapuque (triunfo da fé). Dizem os historiadores que DeMolay nasceu em Vitrey (França), em 1244. Com idade de 21 anos, ele ingressou na “Ordem dos Cavaleiros Templários”, tendo sido eleito Grão Mestre da “Ordem dos Templários” (1298), a qual, destemidamente, participou de inúmeras Cruzadas. DeMolay era respeitado e admirado por lordes e príncipes da época. Aliás, naquele período, a Igreja Cristã liderada pelo Papa Clemente V (Bertrand de Got), possuía em sua defesa duas Ordens de Cavaleiros – os “Templários” e os “Hospitalários”. Porém, em 14/setembro/1307, o Rei Felipe IV (o Belo), da França, atento ao poder que teria se ele destruísse as Ordens dos Templários e dos Hospitalários, procurou agir desse modo. 
O Rei Felipe IV emitiu decretos secretos para aprisionar os “Cavaleiros Templários”. Os Templários foram entrincheirados na Europa e na Grã-Bretanha. A riqueza, o poder e glória da “Ordem dos Templários” despertaram a inveja de inimigos poderosos. O Grão-Mestre Jacques DeMolay e centenas de Cavaleiros foram presos em calabouços. Durante sete anos, DeMolay e os templários estiveram presos em celas úmidas, sob torturas cruéis. O Rei Felipe IV obrigou o Papa Clemente V a apoiar a condenação da Ordem dos Templários e a confiscar suas propriedades e riquezas. O Rei Felipe IV forçou DeMolay a trair seus companheiros, na busca de obter suas propriedades e riquezas. Apesar da tortura em cavalete, DeMolay se recusou e resistiu. Uma Comissão de Juízes julgou DeMolay e outros três mestres da Ordem. A Sentença era de prisão perpétua. Dois Templários aceitaram a Decisão, mas DeMolay recusou e negou a assinar uma confissão forjada. O Rei Felipe IV indignado ordenou que DeMolay fosse queimado vivo no pelourinho, numa ilha do Rio Sena, aos 70 anos de idade. Isso aconteceu ao anoitecer do dia 18/03/1314. Apesar do corpo de DeMolay ter perecido no fogo, o espírito e as virtudes desse homem permanecem para sempre.
Quanto a Alberto Mansur, eu tive o prazer de conhecê-lo quando da minha investidura no Grau 33° do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, em 1990. Ao receber a patente de “Grande Inspetor Geral da Ordem” pelas mãos do Soberano Grande Comendador, Ir:. Venâncio Igrejas, também recebi o Certificado do Grau 33° das mãos do mestre Alberto Mansur, que nos transmitiu os mais sinceros cumprimentos. Sem sofismar, posso afirmar que o maçom Alberto Mansur sabia manter laços fraternos entre os irmãos, com sua dedicação à causa maçônica e a sua profunda espiritualidade.  Confesso que fiquei triste com a sua morte, mas, como creio na vida eterna e na comunhão dos justos, tenho esperança de reencontrar o irmão na Jerusalém Celeste (Oriente Eterno), após a nossa viagem de regresso à origem do Ser Divino (Deus de Abraão), o Grande Arquiteto do Universo… Pensemos nisso! Por hoje é só.