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Entrevista: ‘Mesmo se minha cabeça estivesse na guilhotina não votaria em James de novo’
01/07/2012
Oriundo de São Marcos, no sertão alagoano – que foi cidade por uns dias e depois voltou a ser distrito de Major Isidoro. Livreiro no Rio de Janeiro. Maior cabo eleitoral da região. Candidato a vereador com expressiva votaçãona década de 80 e cientista político de lá para cá, o popular Azeário Ferreira, volta aos gramados para falar de um dos seus assuntos preferidos: a política.
Em entrevista ao jornal Tribuna do Sertão – do Sistema Tribuna de Comunicação – Azeário Ferreira disseca com maestria a atual gestão do prefeito James Ribeiro, cuja qualificação, revela Azeário – é decepcionante. Se estivesse com a minha cabeça na guilhotina não votaria em James de novo, diz o cientista.
Leia abaixo o que disse Azeário Ferreira sobre a política palmeirense.
TRIBUNA – O que o senhor acha da atual gestão palmeirense?
Azeário Ferreira – Passei uma vida ao lado do ex-vereador, ex-prefeito, ex-deputado federal Helenildo Ribeiro. Sempre estive com ele lá, com minha lealdade e com meu respeito. Mas infelizmente agora, com seu filho, não valeu a pena.
TRIBUNA – Por que não valeu a pena?
Azeário Ferreira – Infelizmente o atual prefeito acha que os amigos que sempre acompanharam a trajetória gloriosa do pai dele, não merece nada, nem respeito. Eu fui uma vítima desse pensamento mesquinho do atual prefeito, que esquece os amigos para privilegiar os inimigos dele e do pai dele. Não quero dar nome aos bois, mas a Palmeira dos Índios toda conhece quem era ao lado do saudoso Helenildo Ribeiro e quem era contra. Hoje os contras é quem tem vez e também os de fora, e especialmente eu que servi com lealdade a ele, colocando minha vida e minha cabeça a prêmio contra o também saudoso Cordeiro.
Quem era amigo leal de Helenildo Ribeiro e quando me encontra sempre tem uma mágoa a apresentar. Cada um com sua decepção. E Helenildo era amigo de toda Palmeira. O filho dele decepcionou o povo.
TRIBUNA – O senhor acredita que os do contra e os de fora podem ajudar a reeleger o atual prefeito?
Azeário Ferreira – O que você está perguntando é piada de salão. Todos eles vão debandar como trovoada de janeiro. Uns passaram e outros passarão rápido por aqui, deixando apenas destruição.
TRIBUNA – Ainda dá tempo do prefeito se recompor com os antigos aliados?
Azeário Ferreira – Agora não. Amigo é todo tempo. E agora não há mais tempo. O pior defeito do homem é a ingratidão.
TRIBUNA – O senhor se arrepende do que fez, do seu voto?
Azeário Ferreira – Sim. Por que o atual prefeito decepcionou o povo e sua administração é muito pior do que a de Cordeiro.
TRIBUNA – O senhor acha que se Cordeiro tivesse vivo e fosse candidato ganharia de novo a eleição?
Azeário Ferreira – Sim. Ele teria mais de 80% dos votos de Palmeira dos Índios.
TRIBUNA – E só Cordeiro poderia derrotar o atual prefeito?
Azeário Ferreira – Pelo que sei está se criando um grupo forte que poderá ser a redenção de Palmeira dos Índios. Acredito nessa ideia.
TRIBUNA – O senhor acredita em políticos que pleiteam e vão para um segundo mandato? Os exemplos do passado e do presente são bons? O que você acha disso?
Azeário Ferreira – É preciso que o político mostre muito trabalho no primeiro mandato para que a sociedade tenha confiança nele pra lhe dar um segundo mandato. mas do jeito que vai tenho medo.
TRIBUNA – E o atual prefeito mostrou muito trabalho neste primeiro mandato?
Azeário Ferreira – Eu vejo muito pouco, ou quase nada. As ruas de Palmeira são como se fosse uma tábua de pirulitos. Cheias de buracos. As praças inacabadas, servidores em greve. Muita coisa por fazer.
TRIBUNA – Mas o prefeito anuncia aos quatros cantos que calçou mais de 150 ruas. É verdade isso?
Azeário Ferreira – Não vi ainda. Vou procurar ver…
TRIBUNA – Quer dizer que o senhor morador de Palmeira dos Índios ainda não viu os calçamentos dessas ruas anunciados pela prefeitura? Por que? São invisíveis?
Azeário Ferreira – Parece que são invisíveis. Ninguém vê o que ele anuncia. Para não ser leviano, acho que das 150 ruas anunciadas apenas 30 foram calçadas. É só percorrer as ruas e os bairros que você vai ver.
A periferia está abandonada, apenas com placas de aviso que vai calçar que foram colocadas há mais de seis meses e até agora nada feito.
TRIBUNA – O que o senhor acha desse segundo mandato do governo Teotonio Vilela?
Azeário Ferreira – Sempre fui amigo de Teotonio e votei nele pela amizade. Acredito que ele pode melhorar. É um grande político. Tinha amizade com o pai dele. Acho que ele tem uma grande visão para o futuro.
TRIBUNA – E o governo Dilma, o que o senhor acha?
Azeário Ferreira – É uma guerreira. Mulher inteligente. Sabe o que faz.Seus programas de governo como as casas que dão para o povo pobre são excelentes.Ainda tem o bolsa família. É uma benção para o mais necessitado.
TRIBUNA – Voltemos a política palmeirense. O senhor votaria novamente no atual prefeito?
Azeário Ferreira – Votei nele 3 vezes (nas duas derrotas e em 2009). Hoje, se minha cabeça estivesse na guilhotina e para sair dependesse de votar nele, preferia perder a cabeça e não faria mais isso.
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