Uma das 10 principais causas de morte no mundo, a hipertensão arterial, é uma doença silenciosa, multifatorial, causada pelo aumento dos níveis da pressão arterial, que pode levar a graves consequências, como problemas cardíacos, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e doenças vasculares periféricas. O cardiologista Eugênio Leite, técnico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), alerta quanto aos cuidados que devem ser adotados, com a finalidade de prevenir a doença.

 O cardiologista explicou que a hipertensão acomete normalmente as pessoas com idade acima dos 40 anos, em especial os que são diabéticos, possuem colesterol e triglicerídeo alto, os obesos e sedentários. Os pacientes acima de 60 anos e até mesmo as crianças não são poupadas e, os que estão na faixa etária entre 6 e 12 anos, que apresentarem pressão acima de 10 x 6 devem ter a situação investigada por meio de exames.

De acordo com o Eugênio Leite, a partir do momento em que pressão atinge 14 x 9, o paciente deve mudar os seus hábitos alimentares, principalmente evitando o consumo de alimentos com sal e gordura, como também procurar uma atividade física. Já quando não ocorre regressão, a saída é o uso de medicamentos como inibidores e diuréticos.

A taxa de mortalidade das principais doenças causadas pela hipertensão em Alagoas é considerável. Por infarto, o índice é de 35.1% a cada 100 mil habitantes, o que corresponde a 350 pessoas por ano. Em relação ao Acidente Vascular Cerebral, o índice é de 52.7% por 100 mil habitantes.

Preocupado com o alto índice de hipertensos no Brasil, o Ministério da Saúde implantou o sistema de atendimento Hiperdia na Atenção Primária, através do Programa Saúde da Família, por meio do qual os profissionais fazem o controle, por meio de cadastro e acompanhamento dos hipertensos e diabéticos.

Os pacientes são captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à hipertensão arterial e ao Diabetes Mellitus, em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde. O sistema garante as estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social.

A doença – A hipertensão é o aumento da pressão sanguínea no sistema arterial e, além de ser a principal causa de AVC, está diretamente relacionada ao ataque cardíaco (infarto do miocárdio) e à insuficiência cardíaca. Diabetes, sedentarismo, obesidade, estresse emocional, uso abusivo de sal e herança genética são os fatores que mais contribuem para o desenvolvimento de hipertensão arterial, que existem dois tipos. A primária está associada à hereditariedade e é mais comum. Já a hipertensão secundária surge por motivos específicos, como obesidade, gravidez, uso de drogas, álcool e sal em excesso entre outros fatores.

A doença causa uma alteração da camada interna das artérias, levando a deposição de gorduras e, em seguida, a adesão de plaquetas, que formam a placa arteroesclerótica, acarretando em tromboses, isquemias, fragilidade das artérias e o AVC hemorrágico. Pode ainda causar insuficiências renal e cardíaca e quando atinge o sistema vascular periférico poderá levar a amputação dos membros.

Sinais como dor de cabeça frontal ou na nuca, tontura, alterações visuais, arritmias e cansaços, conforme destacou Eugênio Leite, são os principais sintomas da doença. E, nesses casos, o cardiologista frisou que a assistência médica deve ser procurada de imediato, com a finalidade de evitar que o quadro se agrave e acarrete em consequências mais graves que possam levar à morte.

Dia Nacional – O alto índice de hipertensos e de mortes provocadas pela hipertensão levou o Ministério da Saúde a instituir, em 2002. através da Lei Federal 10.430, de 2002,  como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.