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Célia Rocha poderá enfrentar o maior desafio de sua carreira política
O pré-lançamento de seu nome como candidata a prefeita de Arapiraca, pode ter sido um caminho sem volta para a trajetória política da deputada federal e ex-prefeita Célia Rocha. Analistas políticos avaliam que as eleições de outubro poderá ser o mais difícil desafio de sua carreira política, uma vez que pela primeira vez após 16 anos, os arapiraquenses viverão um processo eleitoral disputado, com nomes fortes e, principalmente, dividido com apoios de fortes caciques políticos.
Célia sempre enfrentou processos democráticos fáceis. Nas duas eleições que Célia disputou para prefeita de Arapiraca havia uma espécie de processo plebiscitário, onde os eleitores deveriam optar em anular o voto ou escolher o nome de consenso, escolhido pelos políticos e empresários arapiraquenses. Assim aconteceu nas eleições de 1996 e 2000. Em 2010, quando candidatou-se a deputada federal, Célia conquistou nas urnas mais de 100 mil votos, tornando-se a segunda deputada mais votada de Alagoas.
Mas, neste ano, Célia terá um calvário pela frente. Durante a campanha, muitas perguntas sem respostas convincentes até o momento, terão que ser respondidas por Célia. Uma delas é a sua suposto envolvimento amoroso com o atual prefeito Luciano Barbosa, o que lhe renderia a cassação da candidatura ou do cargo, caso fosse comprovado realmente.
Outro questionamento que também incomoda a pré-candidata é a abdicação tão precoce de sua missão em Brasília, onde certamente deixará de cumprir vários acordos e promessas feitas para a população da região Agreste. Uma possível traição de Célia Rocha ao seu principal correligionário político, Rogério Teófilo, também será outro ponto a ser esclarecido durante a campanha.
Resumindo, Célia Rocha não vislumbra um horizonte de águas tranqüilas até o mês e outubro. Informações extra-oficiais, repassadas por pessoas próximas a ela, dizem que Célia Rocha está muito abatida. Ora arrependida da decisão tomada e as vezes incerta com a vitória nas urnas, uma vez que a oposição, apesar de estar unida, resolveu dividir-se em blocos, para tentar desestabilizar a tal supremacia da mulher de ferro. Alves Correia, Rogério Teófilo e Ricardo Barreto são, até agora, os três candidatos dispostos a desafiá-la. Todos eles, apesar de lados diferentes, recebem apoios importantes como o do governador Teotônio Vilela Filho e do senador Benedito de Lira.
TRAJETÓRIA – Em 1998, com o assassinato de Ceci Cunha, que seria a primeira mulher a representar Arapiraca em Brasília, abriu-se então uma grande lacuna na política arapiraquense, que imediatamente foi ocupada por Célia Rocha, que tem fortes semelhanças com a deputada federal assassinada.
Com o carisma em alta, a ex-prefeita transformou-se na principal liderança de Arapiraca e do Agreste. Sua força política, aliada aos conhecimentos que têm em Brasília, tiraram do anonimato o economista e Luciano Barbosa, que foi nomeado ministro da Integração Nacional do governo Fernando Henrique Cardoso. Ali seria uma espécie de apresentação de seu sucessor.
Sem mandato a partir de 2005, Célia transformou-se num ícone de carisma entre os arapiraquenses. Além de preencher a lacuna de Ceci, Célia passou a ser taxada como a mulher que mudou a cara de Arapiraca, transformando a pacata cidade interiorana numa das principais metrópoles do Nordeste.
Luciano Barbosa foi eleito em 2005 e, sob o apoio do senador Renan Calheiros, conseguiu fazer o dever de casa, continuando os projetos iniciados por Célia, e conseguiu ser reeleito em 2008.
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