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46% dos diabéticos utilizam sapatos inadequados

15/04/2012

  Com a finalidade de deixar os pés confortáveis e diminuir o impacto da pisada, os sapatos diabéticos impedem pontos de atrito com a pele. No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem de diabetes e o uso destes calçados minimiza os riscos de ulcerações e amputações.


A má circulação, a dificuldade na cicatrização e a diminuição da sensibilidade nos pés de diabéticos podem resultar no aparecimento de lesões. "Apesar de orientados, aproximadamente 46% das pessoas que têm esta doença utilizam sapatos inadequados. Dados epidemiológicos apontam que o pé diabético é responsável por 50 a 70 % das amputações não traumáticas de membros inferiores além de ser causa frequente das internações hospitalares", afirma a Dra. Lilian Kanda Morimitsu, médica endocrinologista do Hospital Santa Cruz.

Sintomas como queimação e formigamento pioram a noite e com isso, prejudicam o sono dos pacientes. Não fumar ajuda a evitar esta enfermidade, pois reduz riscos de alterações circulatórias. "O diabético de longa data pode apresentar estas complicações quando sua doença for mal controlada. Assim, a prevenção básica se dá através do bom controle da doença", confirma a endocrinologista.

Alguns calçados devem ser evitados para quem sofre desta patologia como os de solas muito planas ou saltos altos, pois não permitem a distribuição uniforme da pressão do pé. Os modelos com palmilhas macias são os melhores nestas situações. Segundo a endocrinologista, não devem ser utilizados materiais plásticos ou calçados com bico fino. "Para as mulheres, os saltos quadrados de no máximo dois a três centímetros de altura são os melhores. Os materiais mais adequados são o couro, a lona, a camurça ou modelos que permitam a circulação adequada do ar", completa especialista.


Diagnóstico e Prevenções

O diagnóstico do pé diabético é feito principalmente pelos sintomas da neuropatia, ou seja, diminuição da sensibilidade, outros indícios são calosidades e alterações nas unhas. "Para detectar problemas circulatórios, a palpação dos pulsos periféricos, bem como exame do estado de atrofia da pele, de alterações do trofismo das unhas e de úlceras devem ser rigorosos", ressalta a especialista. 

Alguns cuidados devem ser feitos para evitar e controlar esta patologia como inspecionar diariamente os pés, inclusive a área entre os dedos, lavar regularmente usando água morna e sabão neutro, examinar os sapatos antes de calçá-los e evitar usar sem meias. É recomendável o uso de meias de fibras naturais, por exemplo, algodão e lã, pela melhor capacidade de absorção da umidade dos pés. 

"Além de todos estes cuidados, o bom controle do diabetes também previne as complicações. Se observar qualquer uma destas alterações, consulte o médico imediatamente", diz a Dra. Lilian Morimitsu, ressaltando que a prática de exercícios físicos e ter uma alimentação balanceada ajudam na prevenção.