Internacional
Ataque palestino contra ônibus em Jerusalém mata ao menos 6

Ao menos seis pessoas morreram e mais de 10 ficaram feridas em um atentado a tiros dentro de um ônibus ocorrido na manhã desta segunda-feira (8) em Jerusalém.
Os dois atiradores, oriundos de um vilarejo na Cisjordânia, foram mortos pela polícia israelense, e a Autoridade Nacional Palestina condenou o ataque.
O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, que compareceu ao local do atentado, na zona norte da cidade, está avaliando a situação com autoridades de segurança nacional, informou seu gabinete.
"Estamos empenhados em uma guerra feroz contra o terrorismo. Até agora, tivemos sucessos, mas infelizmente não nesta manhã", afirmou Netanyahu.
Já a ANP condenou o atentado em nota oficial. “A Presidência Palestina da ANP reitera sua posição firme de rejeição e condenação de qualquer ataque contra civis palestinos e israelenses e denuncia todas as formas de violência e terrorismo, independentemente de sua origem”, diz o texto.
O comunicado ainda afirma que “a presidência enfatiza que a segurança e a estabilidade na região não podem ser alcançadas sem acabar com a ocupação, interromper os atos de genocídio na Faixa [de Gaza] e pôr fim ao terrorismo colonial em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém ocupada”.
Já o Hamas celebrou o ataque na cidade sagrada. "Louvamos a ação heroica, uma resposta natural aos crimes de ocupação", escreveu o grupo fundamentalista no Telegram.
Segundo a reconstituição do atentado, dois palestinos entraram em um ônibus e abriram fogo contra seus passageiros, matando ao menos seis e deixando mais de 10 feridos.
As autoridades israelenses informaram que entre as vítimas estão três rabinos: Levi Yitzhak Fash, que não teve a idade divulgada; Israel Menatzer, de 28 anos, e Yosef David, de 43. Outra pessoa que perdeu a vida no tiroteio é o imigrante espanhol Yaakov Pinto, 25, recém-casado e que havia se mudado pouco antes para Jerusalém. Os outros dois mortos são um homem e uma mulher, que não tiveram as identidades reveladas.
Um paramédico que atendeu as vítimas contou ao noticiário do Canal 12 que viu "pessoas inconscientes na beira da estrada e na calçada perto do ponto de ônibus".
"Havia muita destruição no local, cacos de vidro no chão e muita confusão. Começamos a prestar atendimento médico aos feridos e continuamos a atendê-los e a transportá-los para o hospital", acrescentou.
Os atiradores são oriundos de dois vilarejos na Cisjordânia, Kubiba e Katna, onde as Forças de Defesa de Israel (IDF) criaram um cordão de segurança. As autoridades também afirmaram que os dois não tinham permissão para entrar em território israelense e conseguiram acessar o país judeu por uma brecha na cerca de segurança.
A União Europeia condenou o atentado, que ocorre em meio à guerra na Faixa de Gaza, prestes a completar dois anos em outubro.
"Condenamos o ataque a Jerusalém, assim como condenamos qualquer perda de vidas. Apelamos por uma desescalada [do conflito no enclave], e este episódio demonstra a importância de uma trégua", disse um porta-voz da Comissão Europeia, antes de concluir: "Civis de ambos os lados já sofreram demais por muito tempo. Agora precisamos quebrar o ciclo de violência".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, também condenou "com força máxima" o tiroteio na cidade. "A violência precisa acabar no Oriente Médio. Condeno veementemente o ataque terrorista de hoje em Jerusalém Oriental. Minhas sinceras condolências às famílias das vítimas e ao povo israelense. Somente uma solução política pode levar a uma paz duradoura em Israel e na Palestina", escreveu Costa no X.
O vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, também se posicionou contra o ato criminoso.
“Condeno o ataque em Jerusalém, onde vidas inocentes foram perdidas. O terrorismo não pode prevalecer em nenhuma circunstância, e nós o combateremos sem hesitação”, afirmou Tajani no X, reforçando ainda que “as prioridades são um cessar-fogo imediato e uma rápida solução política que leve a ‘dois povos e dois Estados’ para dar paz e estabilidade ao Oriente Médio”.