Geral
Os avanços do setor de defesa brasileiro em 2025
A Base Industrial de Defesa contribuiu para a modernização das Forças Armadas e na redução da dependência tecnológica externa em 2025.
O setor de defesa do Brasil registrou, neste ano, um dos ciclos de avanço mais consistentes das últimas décadas, combinando crescimento industrial, modernização militar e maior projeção internacional.
Impulsionada por investimentos públicos, parcerias estratégicas e políticas voltadas à soberania tecnológica, a indústria de defesa brasileira ampliou exportações, avançou em programas estruturantes e reduziu vulnerabilidades históricas diante de crises globais.
A Sputnik Brasil separou os principais eixos que sintetizam esse movimento e ajudam a compreender como a defesa voltou a ocupar um papel central na estratégia nacional de desenvolvimento e segurança.
Consolidação industrial e recorde de exportações
Em 2025, a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira alcançou um patamar inédito ao superar US$ 3,1 bilhões em exportações, crescimento superior a 70% em relação ao recorde anterior. O resultado reflete o fortalecimento da capacidade produtiva nacional, a ampliação do número de empresas estratégicas e a consolidação da defesa como vetor de inovação tecnológica, geração de empregos qualificados e soberania industrial.
Do ponto de vista técnico, esse avanço está associado ao aumento das anuências governamentais para negociação e exportação de Produtos de Defesa (Prode) e Produtos Estratégicos de Defesa (PED), autorizações que, embora não representem embarques imediatos, funcionam como indicadores antecedentes de vendas — com elevada taxa de conversão em exportações efetivas nos últimos anos.
O desempenho resulta da combinação de fatores internos e externos: no plano doméstico, a crescente demanda por equipamentos e soluções voltadas à segurança pública e ao controle de fronteiras impulsionou o desenvolvimento industrial, como visto na fronteira amazônica mediante as tensões Venezuela-EUA; no plano internacional, o cenário de tensões geopolíticas e rearmamento global ampliou a procura por sistemas e serviços de defesa, como a rivalidade comercial entre China e EUA e o conflito na Ucrânia.
Projetos estratégicos e modernização de capacidades
No campo aeroespacial, o KC-390 Millennium consolidou-se como a principal plataforma aérea militar desenvolvida no país. A aeronave foi projetada para missões de transporte tático e logístico, reabastecimento em voo, evacuação aeromédica e operações humanitárias, reunindo elevada interoperabilidade com padrões da OTAN, desempenho operacional e competitividade no mercado internacional, o que explica sua crescente adoção por forças aéreas estrangeiras.
No domínio naval, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) avançou na consolidação da capacidade nacional de projetar, construir e manter submarinos convencionais, ao mesmo tempo em que estabelece as bases industriais, tecnológicas e de formação de pessoal associadas ao futuro submarino com propulsão nuclear. O programa é considerado estratégico para a dissuasão, a proteção da Amazônia Azul e a autonomia tecnológica brasileira em um dos segmentos mais sensíveis da defesa.
Complementando esse esforço, o início dos testes de mar da Fragata Classe Tamandaré representou um marco na renovação da Esquadra brasileira. As novas fragatas foram concebidas como navios de escolta multipropósito, equipados com sistemas modernos de combate, sensores e armamentos, com elevado índice de conteúdo nacional e ampla transferência de tecnologia, fortalecendo a indústria naval militar e ampliando a capacidade de defesa marítima do país.
Autonomia tecnológica, investimentos e projeção internacional
Os avanços do setor de defesa em 2025 foram impulsionados por investimentos estruturantes do Novo PAC, que direcionaram recursos para projetos considerados estratégicos pelas Forças Armadas e pelo Ministério da Defesa, além de estimular a cadeia produtiva nacional de alta tecnologia.
A BID hoje reúne 80 empresas exportadoras, com produtos que vão de aeronaves, embarcações e blindados a munição, sistemas de comunicação seguras, radares e soluções cibernéticas. A Base Industrial atende 140 países, os principais sendo Alemanha, Bulgária, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Portugal.
Em dados, o setor desempenha papel estratégico na economia brasileira, respondendo por 3,49% do PIB brasileiro e gerando quase 3 milhões de empregos diretos e indiretos, segundo nota do Ministério da Defesa do Brasil. Ao mesmo tempo, o setor contribui para a modernização das Forças Armadas e na redução da dependência tecnológica externa.
Por Sputinik Brasil
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