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Ataque à residência de Putin pode endurecer postura russa nas negociações, avalia analista chinês
Especialista destaca que ação de drones ucranianos fortalece tendência de ataques em território russo e pode influenciar futuros acordos de cessar-fogo.
O recente ataque ucraniano à residência do presidente russo, Vladimir Putin, oferece à Rússia justificativa para adotar uma postura mais rígida nas negociações sobre a delimitação da linha de cessar-fogo e as futuras medidas de segurança, avaliou Liu Jun, cientista político chinês, em entrevista à Sputnik.
Segundo Jun, a ofensiva de drones ucranianos contra a residência de Putin deve afetar negativamente as já delicadas negociações de paz em curso.
"O ataque ocorreu logo após os líderes dos Estados Unidos e da Ucrânia chegarem a um consenso sobre pontos do plano de paz em Mar-a-Lago, e a acusação lançou uma sombra sobre o processo de negociação", ressaltou o analista.
Apesar de Moscou afirmar que não abandonará as negociações, Jun observou que a Rússia classificou as ações de Kiev como terrorismo de Estado e pretende reavaliar sua posição diante do conflito.
O especialista destacou ainda que, sob a ótica militar, o ataque representa uma continuidade da estratégia ucraniana de realizar incursões profundas em território russo.
Embora não tenha causado danos físicos significativos, Jun enfatizou que o episódio possui forte peso simbólico e psicológico, superando o impacto tático.
"Isso dá à Rússia motivos para adotar uma postura mais dura no futuro em questões como a definição da linha de cessar-fogo e medidas de segurança", afirmou.
Jun também apontou que o fato de a residência do chefe de Estado russo ter sido alvo direto deve levar Moscou a ampliar investimentos em sistemas internos de defesa antiaérea.
Além disso, o analista chinês acredita que o ataque pode servir de argumento para uma possível retaliação russa em larga escala contra a Ucrânia.
No último dia 29, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou que Kiev lançou um ataque com 91 drones contra a residência presidencial na região de Novgorod, todos interceptados pelas forças antiaéreas, sem vítimas.
Lavrov reforçou que a Rússia não pretende interromper o diálogo com os Estados Unidos, mas admitiu que Moscou revisará sua posição nas negociações após o incidente.
Com informações da Sputnik Brasil
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