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Dólar americano registra maior queda anual em quase uma década
Moeda dos EUA acumula desvalorização de 9,5% em 2025, pressionada por incertezas políticas e decisões do Fed.
Em 2025, o dólar americano acumulou queda média de 9,5% frente às principais moedas internacionais, segundo veículos britânicos. O desempenho negativo é atribuído, principalmente, à instabilidade política na Casa Branca.
De acordo com o Financial Times (FT), a guerra comercial deflagrada pelo governo dos Estados Unidos, com a imposição de tarifas sobre importações, gerou preocupações quanto à estabilidade do país tanto no cenário internacional quanto entre os próprios cidadãos. Esse cenário reduziu o apelo do dólar como ativo de refúgio para investidores.
Especialistas do Deutsche Bank, citados pelo FT, afirmam que este foi um dos piores anos para a moeda americana desde a adoção do regime de câmbio flutuante, há mais de meio século, marcando um recorde de desvalorização.
A publicação destaca que a pressão sobre o dólar deve persistir, diante da divergência nas políticas monetárias globais. Enquanto se espera que o Federal Reserve (Fed) realize mais dois ou três cortes na taxa de juros em 2026, outros bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE), preferem manter ou até elevar suas taxas, em resposta a projeções de crescimento e inflação mais robustas.
Analistas alertam que a moeda pode seguir em queda caso o próximo presidente do Fed, a ser anunciado em meados do ano, seja visto como propenso a atender pressões políticas da Casa Branca por cortes mais agressivos nos juros.
Segundo o artigo, um Fed percebido como submisso ao poder político pode abalar a confiança na condução da política econômica em Washington, enfraquecendo ainda mais o dólar.
O FT também aponta uma mudança estrutural no comportamento do mercado ao longo de 2025. A volatilidade política em Washington levou investidores estrangeiros, especialmente europeus, a adotar estratégias de proteção cambial (hedge) ao adquirir ações americanas.
Essa prática de hedge — que consiste em reduzir riscos mesmo com menor potencial de ganho — acrescenta uma pressão técnica de baixa sobre o dólar, independentemente do desempenho das ações nos EUA, destaca a reportagem.
Por Sputinik Brasil
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