Faleceu em São Paulo, aos 94 anos, Elita Tenório Cavalcanti Lima, natural de Palmeira dos Índios, Alagoas, assim como seu tio, o histórico líder político Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque, eternizado na história brasileira como o “Homem da Capa Preta”. A morte ocorreu em decorrência de uma parada cardíaca, segundo informações repassadas pela família.

Elita carregava um sobrenome profundamente ligado a um dos capítulos mais emblemáticos da política nacional do século XX. Palmeirense de nascimento, assim como Tenório Cavalcanti, ela integrou uma geração marcada por migrações internas, transformações sociais e pela consolidação de personagens que saíram do interior nordestino para ganhar projeção nacional.

Discrição, dignidade e memória

Apesar do parentesco com uma das figuras mais controversas, carismáticas e temidas da política brasileira, Elita Tenório Cavalcanti levou uma vida reservada, distante dos holofotes e das disputas públicas que marcaram a trajetória do tio. Ainda assim, sempre foi reconhecida no âmbito familiar como guardiã da memória de uma linhagem que ajudou a moldar a história política do Rio de Janeiro e do Brasil.

Ao longo de seus 94 anos, Elita atravessou praticamente um século de mudanças — do Brasil rural e oligárquico à era contemporânea — mantendo vivas as raízes alagoanas e a identidade de Palmeira dos Índios, terra natal que marcou o início da trajetória da família Cavalcanti, mesmo distante, morando em São Paulo.

Cerimônia de despedida

Conforme informado no comunicado funerário, o velório ocorre nesta terça-feira, 31 de dezembro de 2025, a partir das 9h, no Cemitério Jardim da Paz, situado na Rua Davi Blinder, 100, Jardim Fabiana, Embu das Artes (SP). O sepultamento está previsto para as 11h, no mesmo local.

Familiares e amigos se reúnem para a despedida em clima de respeito, serenidade e reverência à sua história pessoal e ao legado simbólico de seu sobrenome.

Um sobrenome inscrito na história brasileira

Tenório Cavalcanti de Albuquerque, tio de Elita, foi deputado estadual e federal, tornou-se célebre pelo uso da capa preta e pela postura destemida frente a grupos armados e poderosos interesses políticos na Baixada Fluminense. Até hoje, sua figura desperta debates, estudos e narrativas que atravessam gerações.

Com a morte de Elita Tenório Cavalcanti Lima, Palmeira dos Índios se despede de mais um elo vivo de uma família que ajudou a escrever páginas intensas da história política brasileira.

A Tribuna do Sertão manifesta solidariedade aos familiares, amigos e conterrâneos, rendendo homenagem à memória de Elita e à trajetória de uma vida marcada pela dignidade, pela discrição e pelo pertencimento às raízes alagoanas.