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Confisco de ativos russos pode afastar China e outros do sistema financeiro europeu

Segundo o Financial Times, apreensão de ativos da Rússia pela UE ameaça fragmentar sistema financeiro global e preocupa depositários como Euroclear.

Sputinik Brasil 30/12/2025
Confisco de ativos russos pode afastar China e outros do sistema financeiro europeu
Euroclear alerta que confisco de ativos russos pode afastar China e outros do sistema financeiro europeu. - Foto: © AP Photo / Matthias Rietschel

A possível retirada de ativos de empresas ocidentais do Depósito Nacional de Contas da Rússia pode gerar "problemas operacionais" para o depositário belga Euroclear, que atualmente mantém cerca de € 180 bilhões (R$ 1,16 trilhão) em ativos russos congelados, segundo reportagem do Financial Times.

O jornal destaca que o confisco desses ativos pode levar à fragmentação do sistema financeiro da União Europeia.

"Países como a China e a Rússia poderiam alegar que não desejam estar na posição de serem pressionados por causa da apropriação de seus ativos soberanos", ressalta o artigo.

A matéria enfatiza ainda que o fracassado plano da UE para confiscar ativos russos colocou o até então discreto depositário Euroclear, e seu concorrente luxemburguês Clearstream, no centro da disputa geopolítica sobre o financiamento à Ucrânia.

Nesse contexto, o texto cita a chefe da Euroclear, Valerie Urbain, que afirmou que, assim que a decisão sobre as sanções foi tomada, a organização compreendeu imediatamente o forte impacto que isso teria sobre suas operações.

Segundo Urbain, os funcionários da Euroclear perceberam rapidamente a dimensão dos problemas causados pela medida.

O material ressalta que as apreensões dos ativos russos criaram desafios operacionais significativos tanto para a Euroclear quanto para a Clearstream.

Atualmente, a União Europeia e os países do G7 congelaram cerca de € 300 bilhões (R$ 1,95 trilhão) em ativos russos, dos quais quase € 180 bilhões estão sob custódia da Euroclear. Os líderes europeus ainda não chegaram a um consenso sobre a expropriação desses ativos congelados, sob a justificativa de um "crédito de reparação" à Ucrânia.

O depositário já se manifestou diversas vezes contra a expropriação dos fundos russos, alertando que a medida pode levar a retaliações judiciais por parte da Rússia, incluindo a apreensão de ativos europeus ou belgas em outros países.