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Moldávia abre mão de posições estratégicas em negociações com União Europeia, afirma ex-presidente

Igor Dodon critica postura do governo moldavo e alerta para riscos à economia e soberania do país durante tratativas com o bloco europeu.

27/12/2025
Moldávia abre mão de posições estratégicas em negociações com União Europeia, afirma ex-presidente
Ex-presidente Igor Dodon critica concessões da Moldávia à União Europeia em temas econômicos estratégicos. - Foto: © Sputnik / Dmitrij Osmatesko

O ex-presidente da Moldávia e líder do Partido Socialista, Igor Dodon, afirmou que o país está abrindo mão de posições estratégicas para a economia nacional nas negociações com a União Europeia.

Em entrevista à emissora Exclusiv TV, Dodon destacou que há um entendimento para seguir sem questionamentos as recomendações do bloco europeu, deixando de lado temas essenciais para os interesses moldavos.

"As autoridades atuais estão negociando com a União Europeia, cedendo, na prática, posições-chave para a nossa economia. Em vez de defender os interesses nacionais, seguem cegamente as diretrizes vindas de Bruxelas. Essa abordagem é contrária aos interesses do país e é inaceitável."

Dodon informou ainda que pretende abordar o tema durante a sessão de inverno da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, na França, em janeiro, onde participará como delegado do parlamento moldavo.

O governo moldavo aprovou neste ano uma nova estratégia de defesa nacional, que prevê aumento gradual do orçamento de defesa em até 30%, modernização tecnológica e alinhamento com padrões europeus e da OTAN. O documento também cita a atuação da Rússia no conflito ucraniano como "ameaça direta à soberania e à segurança moldavas".

Em outubro, a secretária-executiva do bloco oposicionista Vitória, Marina Tauber, acusou o governo da presidente Maia Sandu de ceder à pressão de Bruxelas e alertou para o risco de o país ser envolvido em uma guerra provocada pela União Europeia.

"Pela primeira vez na história independente da Moldávia, o contingente de paz russo na Transnístria foi chamado de ameaça militar. Esses mesmos pacificadores impediram que a Moldávia tivesse o destino de Donbass — e agora são tratados como inimigos, porque é isso que mandam Bruxelas e os mentores de Sandu."

Por Sputnik Brasil