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Irã reforça aliança estratégica com China para redesenhar a ordem global
Enviado iraniano destaca em Pequim que parceria sino-iraniana vai além de interesses econômicos e busca fortalecer protagonismo asiático diante de tensões globais.
Em meio ao aumento das tensões internacionais, o Irã defendeu em Pequim uma aliança estratégica com a China para enfrentar o unilateralismo e fortalecer o papel da Ásia na ordem mundial. O enviado iraniano Abdolreza Rahmani Fazli destacou que a parceria sino-iraniana ultrapassa interesses econômicos, abrangendo setores como energia, transporte e geopolítica.
Segundo o South China Morning Post (SCMP), Fazli afirmou que a cooperação entre China e Irã deve se aprofundar de maneira "sábia e equilibrada" para responder aos desafios globais e combater o unilateralismo. Ele ressaltou que os laços entre os dois países são decisivos para a paz regional e marcam uma nova etapa do protagonismo asiático na cena internacional.
O diplomata enfatizou que a relação entre Teerã e Pequim transcende os aspectos econômicos e diplomáticos, integrando um movimento estratégico mais amplo de ascensão da Ásia. Fazli argumentou que nações independentes com civilizações milenares estão redefinindo seus papéis globais e que a aliança sino-iraniana pode contribuir para o reequilíbrio do poder regional.
A intensificação das tensões entre China e Estados Unidos tem alimentado especulações sobre um eventual apoio chinês mais robusto ao Irã, especialmente após a ofensiva aérea de Israel e dos EUA contra instalações nucleares iranianas em junho. Esse cenário reforçou os laços entre Pequim e Teerã, ampliando o interesse estratégico chinês no Oriente Médio.
Durante evento na Universidade Renmin, Fazli destacou a posição geográfica privilegiada do Irã, que conecta o Oriente Médio à Ásia Central e Meridional, além de controlar o estratégico estreito de Ormuz. Essa localização torna o país essencial para a Iniciativa Cinturão e Rota, além de ser um elo fundamental para o comércio entre Ásia e Europa.
O enviado iraniano também ressaltou as vastas reservas energéticas do Irã, terceiro maior produtor mundial de petróleo e segundo em gás natural. Essa riqueza, somada à força econômica da China, estabelece uma base sólida para a cooperação em infraestrutura, transporte e tecnologias emergentes, com potencial para remodelar a integração asiática.
Fazli elogiou ainda a mediação chinesa entre Irã e Arábia Saudita em 2023, classificando-a como um marco para a estabilidade regional. Ele defendeu que a parceria sino-iraniana promove o multilateralismo e o desenvolvimento pacífico, servindo como alternativa às políticas intervencionistas das potências ocidentais.
Apesar do otimismo, a cooperação entre China e Irã enfrenta novos desafios. O Reino Unido, a França e a Alemanha acionaram o mecanismo de "restabelecimento automático" de sanções ao Irã, acusando o país de escalada nuclear e falta de transparência. A China, por sua vez, alertou para riscos à segurança e prometeu reagir caso seus interesses sejam afetados.
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