O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, solicitou 10 bilhões de euros (R$ 62,8 bilhões) a mais para apoio militar à Ucrânia do que foi aprovado pelo governo da Alemanha, informou um jornal alemão nesta sexta-feira (12).

Devido a esse desacordo, os contratos planejados com a indústria de defesa ucraniana devem agora ser suspensos, e as medidas de apoio às forças armadas ucranianas terão que ser parcialmente canceladas ou reduzidas, diz a reportagem do Bild.

De acordo com um documento oficial do Ministério da Defesa alemão, enviado aos parlamentares do Bundestag (parlamento alemão) no final de agosto, o ministério informou ao Ministério das Finanças, em junho, sobre os 15,8 bilhões de euros (R$ 99,3 bilhões) necessários para apoio militar à Ucrânia em 2026 e os 12,8 bilhões de euros (R$ 80,45 bilhões) necessários em 2027.

No entanto, apenas 9 bilhões de euros (R$ 56,5 bilhões) foram alocados para ambos os anos, incluindo pagamentos de fundos da União Europeia. Esses 9 bilhões em ajuda militar para os próximos anos não atendem às expectativas, afirmou o Ministério da Defesa, acrescentando que o valor inicialmente solicitado para 2026 e 2027 era "significativamente maior".

Em resposta ao questionamento do jornal, os ministérios da Defesa e das Finanças disseram que não tinham divergências quanto às necessidades de ajuda da Ucrânia nos próximos anos.

"Os números levados em consideração na preparação do orçamento foram acordados em conjunto pelo ministro federal das finanças e pelo ministro federal da defesa, então há total acordo sobre essa questão", disseram representantes do ministério, citados pelo jornal.

No final de agosto, o vice-chanceler e ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, anunciou durante sua visita a Kiev que o governo alemão pretendia alocar 9 bilhões de euros anualmente para apoiar a Ucrânia.

Segundo dados do Ministério das Finanças alemão, citados pelo Bild, de fevereiro de 2022 até o final de 2024, a Alemanha forneceu à Ucrânia 50,5 bilhões de euros (R$317, bilhões) em apoio.

A Rússia tem afirmado repetidamente que o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia dificulta a resolução do conflito militar e arrasta aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o conflito. O Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, alertou que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia será um alvo legítimo para os militares russos.

Por Sputinik Brasil