Finanças
Mega da Virada 2025: entenda por que o prêmio nunca sai para um único ganhador
Fatores matemáticos e o volume de apostas tornam raro um vencedor solitário na Mega da Virada
Desde a criação da Mega da Virada, em 2008, nenhum apostador conseguiu levar o prêmio sozinho. O motivo não está em azar coletivo ou em alguma peculiaridade do sorteio, mas sim na matemática que rege esse concurso especial de fim de ano.
Em termos individuais, a Mega da Virada funciona como um concurso regular da Mega-Sena: cada aposta simples escolhe seis números entre 60 possíveis, o que gera 50.063.860 combinações diferentes. A chance de uma aposta acertar as seis dezenas é de uma em cerca de 50 milhões, ou aproximadamente 0,000001998%.
A diferença central está na escala de apostas. Enquanto concursos regulares costumam registrar cerca de 20 milhões de apostas, a Mega da Virada movimenta um volume muito superior. Nas edições mais recentes, dados da Caixa Econômica Federal apontam entre 500 milhões e 600 milhões de jogos realizados.
Com esse volume, o número de apostas ultrapassa em muito o total de combinações possíveis. Na prática, isso significa que cada combinação de seis números é escolhida, em média, de 10 a 12 vezes. Quando uma sequência sorteada aparece, a tendência estatística é que ela tenha sido registrada por mais de um jogador, levando à divisão do prêmio.
Esse cenário reduz drasticamente a chance de não haver ganhadores, mas também dificulta que apenas uma pessoa acerte a sena. Em uma situação com cerca de 550 milhões de apostas, a probabilidade de ninguém acertar as seis dezenas cai para algo próximo de 0,000016%, ou uma chance em cerca de 60 mil. Ou seja, a matemática praticamente garante que haverá ao menos um vencedor.
Já a possibilidade de apenas uma aposta acertar sozinha as seis dezenas permanece limitada. Considerando o volume de jogos e a repetição das combinações, estimativas indicam que a chance de um único ganhador levar todo o prêmio da Mega da Virada gira entre 3% e 5%. É um percentual muito maior do que a chance de o concurso não ter vencedores, mas ainda bem menor do que a probabilidade de o prêmio ser dividido entre dois ou mais apostadores.
Nos concursos regulares da Mega-Sena, o cenário é oposto. Com um número bem menor de apostas, a chance de ninguém acertar a sena pode chegar a cerca de 67%, enquanto a probabilidade de haver ao menos um ganhador fica em torno de 33%. Na Mega da Virada, o grande volume de jogos praticamente elimina o risco de acumulação, tornando a divisão do prêmio o desfecho mais comum.
Outro fator relevante é a característica do concurso especial: diferentemente dos demais sorteios, a Mega da Virada não acumula. Caso ninguém acerte as seis dezenas, o prêmio é automaticamente repartido entre os apostadores que acertarem a quina e, se necessário, entre as faixas seguintes.
Em 2025, com prêmio estimado em R$ 1 bilhão, o maior da história das loterias no país, a tendência se mantém. A matemática indica que alguém deve acertar as seis dezenas, mas também sugere que a chance de um único bilhete transformar seu dono em bilionário continua sendo exceção em um jogo marcado pelo alto número de apostas e pela repetição das combinações escolhidas pelos jogadores.
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