Finanças

Calor: vendas de ar-condicionado crescem até 207% nos últimos dias, e lojas ficam sem estoque

Procura é maior em lojas físicas, onde o consumidor consegue pegar e levar produto na hora

Agência O Globo - 30/12/2025
Calor: vendas de ar-condicionado crescem até 207% nos últimos dias, e lojas ficam sem estoque
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

As vendas de ventilador e ar-condicionado dispararam no país nos últimos dias, em razão da elevação das temperaturas. Na rede Magalu, a venda de ventiladores cresceu 70% a partir de 20 de dezembro, em comparação à média dos primeiros 19 dias do mês. Já a de ar-condicionado saltou 207%. Nas Casas Bahia, o movimento este mês cresceu 79% frente ao mesmo período de 2024. Em muitas lojas no Rio e São Paulo, há poucas unidades ou foram esgotados esses aparelhos.

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Na loja Tele Rio da Rua Uruguaiana, 80% das vendas são de aparelhos de refrigeração. Foi onde a recepcionista Daiana Melo comprou um ar-condicionado de janela para sua casa:

— Esse é o único jeito de sobreviver ao calor.

Na loja do Magalu na Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, só restava ontem uma unidade de ar-condicionado de janela, no mostruário. O gerente da unidade, Wagner de Souza, conta que as vendas de equipamentos de refrigeração saltaram mais de 40%. Ainda há unidades do ar-condicionado split, que custam entre R$ 2.400 e R$ 3.500:

— Neste mês, as vendas de ventilador e ar-condicionado aumentaram muito. Tudo teve muita saída.

Segundo Magalu, o aumento das vendas foi registrado tanto nas lojas físicas quanto nas virtuais. A rede, que opera ambos os canais de forma integrada, teve maior demanda nas lojas físicas, onde o consumidor consegue pegar e levar na hora.

Na loja do Ponto Frio no Centro do Rio, as prateleiras já não possuem ar-condicionado de janela para venda. O gerente André Luiz Rodrigues explica:

— Na última sexta-feira, nós vendemos aproximadamente 80 ventiladores em um único dia.

Em relação ao ano passado, ele explica que houve um aumento, entre R$ 100 e R$ 200, nos preços dos aparelhos de ventilação:

— O ar-condicionado split de 12.500 BTUS está, em média, entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Já o preço dos ventiladores varia entre R$ 160 e R$ 300.

As Casas Bahia afirmam ter estoque e que estão dando prioridade a estas duas categorias em todo o abastecimento das unidades da rede. No site da empresa, os preços de ar-condicionado de janela variam entre R$ 1.500 e R$ 3.600.

Estoque esgotado

Em São Paulo, os equipamentos também sumiram das prateleiras. Na unidade da Fast Shop no Shopping Cidade São Paulo, na Avenida Paulista, os aparelhos de ar-condicionado portáteis só estavam disponíveis por encomenda, com previsão de chegada de até cinco dias. O estoque disponível na loja acabou com a chegada do verão.

Também estava sem estoque do aparelho portátil a Galeria Magalu, nova megaloja do Magazine Luiza, na Avenida Paulista. Lá, de acordo com os vendedores, em três dias foram compradas quase 800 unidades do item. Os interessados, neste momento, enchem a caixa de mensagem das vendedoras, esperando uma nova remessa.

No bairro de Pinheiros, na Zona Oeste paulistana, uma loja das Casas Bahia zerou o estoque do item, além de estar totalmente sem ventiladores desde a semana passada. Os vendedores dizem que a todo momento chegam pessoas interessadas na compra, sem sucesso. Não havia previsão de chegada de novos itens.

Mesmo as regiões tradicionalmente mais frias de São Paulo têm sofrido com o calor e a falta de produtos para aliviar as altas temperaturas. Em São Bento do Sapucaí (SP), no alto da Serra da Mantiqueira, os termômetros têm passado dos 30 graus, e as duas principais lojas de eletrodomésticos da cidade esgotaram os estoques de ventilador na tarde de ontem.

Em 2025, a procura por modelos portáteis superou as expectativas, afirmou a Fast Shop. Na comparação entre dezembro deste ano e do ano passado, as vendas cresceram 500%. Considerando apenas os últimos três meses do ano, o aumento foi de 300%.

Compras presenciais

A Fast Shop também observou uma maior concentração das compras nas lojas físicas, impulsionada pela necessidade imediata do produto: 85% das vendas ocorreram presencialmente. A reposição de estoque está prevista para janeiro de 2026 nas lojas da rede.

No segmento de ar-condicionado de parede, a marca registrou um crescimento de 336% nas vendas de dezembro em relação ao mesmo mês de 2024. Nos últimos três meses do ano, o avanço acumulado chega a 580%.

*Estagiária, sob a supervisão de Danielle Nogueira