Finanças

Déficit de estatais federais chega a R$ 6,3 bilhões, impulsionado pelos Correios

Empresa de serviços postais anuncia plano de recuperação após empréstimo de R$ 12 bilhões

Agência O Globo - 30/12/2025
Déficit de estatais federais chega a R$ 6,3 bilhões, impulsionado pelos Correios
Correios - Foto: Reprodução

O déficit acumulado das empresas estatais federais entre janeiro e novembro atingiu R$ 6,3 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). De acordo com as estatísticas fiscais divulgadas nesta sexta-feira pelo órgão, esse é o segundo maior valor registrado na série histórica, ficando atrás apenas do ano passado.

No mesmo período de 2023, o rombo foi de R$ 6,7 bilhões.

Isso significa que as despesas dessas estatais federais superaram a receita gerada ao longo do ano.

Houve uma leve redução em relação ao acumulado até outubro, que registrava déficit de R$ 6,35 bilhões.

A série histórica do BC, iniciada em 2002, não inclui Petrobras, Eletrobras e empresas do setor financeiro, como bancos públicos.

O cálculo do Banco Central considera a necessidade de financiamento das empresas, ou seja, se demandam mais recursos do Tesouro Nacional ou se contribuem com receitas para os cofres públicos.

O resultado negativo é puxado principalmente pela situação fiscal delicada dos Correios, que estimam a necessidade de até R$ 20 bilhões para recuperar a sustentabilidade financeira até 2027. Um empréstimo de R$ 12 bilhões já foi firmado neste ano para tentar reverter 12 trimestres consecutivos de resultados negativos.

Os Correios acumulam prejuízos recorrentes nos últimos anos. Em 2024, o déficit superou R$ 2,5 bilhões. No primeiro semestre de 2025, o prejuízo ultrapassou R$ 4 bilhões e pode chegar a R$ 10 bilhões até o fim do ano, chegando a R$ 23 bilhões em 2026 caso nenhuma medida seja adotada.

Atualmente, a empresa enfrenta um déficit estrutural anual superior a R$ 4 bilhões devido à obrigação de universalizar o serviço postal.

Para reverter esse cenário, a estatal anunciou nesta segunda-feira um plano de recuperação que prevê o fechamento de mil agências, a demissão de 15 mil funcionários e a geração de receita extra com a venda de imóveis e ativos da empresa.