Finanças

TST julga acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios em greve após fracasso em conciliação

Funcionários estão em greve desde 16 de dezembro; tribunal determina manutenção de 80% do efetivo

Agência O Globo - 30/12/2025
TST julga acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios em greve após fracasso em conciliação
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) julga nesta terça-feira o dissídio coletivo entre os Correios e seus empregados, em meio à greve iniciada em 16 de dezembro. O tribunal tentou mediar um acordo para encerrar a paralisação, mas as entidades sindicais que representam os trabalhadores rejeitaram a última proposta apresentada.

Na última sexta-feira, houve uma rodada de negociação entre a estatal e as federações de sindicatos, que terminou sem consenso. "Neste âmbito, foi entabulado um acordo que tinha possibilidade de ser viável tanto para a empresa quanto para os empregados. Infelizmente, as assembleias não aprovaram o acordo, e entendemos que, como empresa, não temos como evoluir mais do que o acordo já trazia", afirmou o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Uma nova tentativa de negociação ocorreu nesta segunda, sendo a última oportunidade de conciliação antes do julgamento do dissídio pelo TST.

Na última quinta-feira, o presidente do TST reiterou decisão anterior determinando que os funcionários dos Correios mantenham ao menos 80% do efetivo por agência, sob pena de multa diária de R$ 100 mil às federações que representam a categoria.

"O dissídio foi acionado para garantir a preservação da força de trabalho, com a manutenção de 80% dos efetivos, e imputada multa em caso de descumprimento", explicou Rondon.

A paralisação em grandes centros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, agravou os atrasos nas entregas de encomendas às vésperas do Natal. O índice de entregas no prazo já vinha caindo ao longo do ano, principalmente devido a dívidas com fornecedores, mas a greve intensificou o problema, levando consumidores a buscar transportadoras privadas.

Segundo fontes que pediram anonimato, o índice médio nacional de entregas pontuais dos Correios está abaixo de 70%, variando entre 50% e 70% conforme a região. Isso significa que ao menos 30% dos envios estão atrasados neste mês, atingindo os piores níveis do ano.

A situação foi agravada pela crise financeira da estatal. Nesta segunda-feira, a diretoria apresentou um plano de reestruturação dos Correios, após a contratação de um empréstimo de R$ 12 bilhões.

O plano prevê, entre outras medidas, o fechamento de mil agências deficitárias — cerca de 20% do total — e um programa de demissão voluntária para até 15 mil funcionários.