Finanças
Correios anunciam fechamento de mil agências e corte de 15 mil funcionários em plano de recuperação
Estatal projeta retomada do lucro em 2027 com ajustes operacionais e ampliação das receitas
A diretoria dos Correios apresentou, nesta segunda-feira (29), um plano de recuperação financeira que prevê medidas para reduzir despesas e reequilibrar as contas da estatal. Entre as principais ações estão o fechamento de mil agências consideradas deficitárias e a demissão de 15 mil funcionários até 2027.
De acordo com a empresa, a proposta combina cortes de gastos com iniciativas para aumentar receitas, buscando encerrar o ciclo de prejuízos e possibilitar que os Correios voltem a registrar lucro a partir de 2027.
Principais medidas anunciadas:
- Empréstimo de R$ 12 bilhões (R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 2 bilhões em 2026);
- Operação de crédito adicional de R$ 8 bilhões em 2026;
- Plano de demissão voluntária para 15 mil funcionários, com economia anual de R$ 2,1 bilhões;
- Revisão dos planos de saúde, gerando economia de R$ 700 milhões;
- Fechamento de mil agências deficitárias e redesenho da malha, com impacto positivo de R$ 2,1 bilhões;
- Novas parcerias e diversificação de atividades (serviços financeiros e seguros), com ganho esperado de R$ 1,7 bilhão;
- Venda e alienação de imóveis e ativos, com receita estimada de R$ 1,5 bilhão;
- Empréstimo de R$ 4,4 bilhões com o banco dos Brics para modernização de serviços e tecnologias;
- Contratação de consultoria para revisão do modelo organizacional e societário.
Mesmo com as medidas, a previsão é de que os Correios registrem déficit de cerca de R$ 9 bilhões em 2025, podendo ser ainda maior em 2024, segundo o presidente da estatal. O retorno ao lucro está projetado apenas para 2027.
O plano busca reverter 12 trimestres consecutivos de prejuízos. Atualmente, a empresa enfrenta déficit estrutural superior a R$ 4 bilhões anuais, em razão da obrigação de universalização do serviço postal em áreas remotas.
Empréstimo de R$ 12 bilhões
Os Correios já fecharam um empréstimo de R$ 12 bilhões com um consórcio formado por Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil, com garantia da União. A previsão é de que R$ 10 bilhões sejam liberados em 2025 e os R$ 2 bilhões restantes em 2026. O recurso será utilizado na primeira etapa da reestruturação, priorizando a recuperação da liquidez, pagamento de salários, precatórios e dívidas em atraso, permitindo que a estatal volte à adimplência.
Segundo o presidente da empresa, a medida possibilitará a regularização de contratos e a recuperação da qualidade operacional, com potencial para retomada do crescimento da receita e da confiança no mercado.
Estratégias para aumento de receitas
A estatal também anunciou novas estratégias para alavancar receitas, com meta de alcançar R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, a receita total foi de R$ 18,9 bilhões; em 2023, R$ 19,2 bilhões; e em 2022, R$ 19,8 bilhões.
Para ampliar o faturamento, os Correios pretendem firmar parcerias com o setor privado e diversificar seus serviços. Entre as iniciativas, está previsto investimento de R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, financiado pelo Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, presidido por Dilma Rousseff.
Os recursos serão destinados à automação de centros de tratamento, renovação e descarbonização da frota, modernização da infraestrutura de TI e redesenho da malha logística, segundo a estatal.
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