Finanças
Veja dicas para organizar as finanças no fim do ano e investir bem em 2026
Diagnosticar a situação do bolso e sonhar, nessa virada de ano, são chaves para alcançar bons resultados
O fim do ano costuma gerar reflexões sobre os feitos nos últimos 12 meses, e as expectativas sobre os próximos. Amores, amizades, emprego, formação, tudo vira pauta. E com as finanças, não deve ser diferente. Diagnosticar a situação do bolso e sonhar, nessa virada de ano, são chaves para alcançar bons resultados em 2026.
— A virada do ano é o momento mais estratégico para um verdadeiro check-up financeiro, inclusive para quem já acompanhou o orçamento ao longo do ano — orienta Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Educação Financeira (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, detalhando: — O primeiro passo é entender quanto entrou e quanto saiu, que dívidas permanecem, que compromissos continuam e que gastos foram pontuais.
Se terminou o ano endividado, no limite ou com folga financeira, a pessoa terá diferentes tarefas a cumprir (veja abaixo). Mas a consolidação desses dados também serve para a previsibilidade do próximo ano, numa planilha que já pode começar a ser preenchida. Em papel, celular ou computador, o que importa é a clareza.
— Crie um sistema com duas colunas principais. Uma delas, reservada às receitas, como salário e possíveis rendas extras. Outra para despesas, separadas em categorias claras: moradia, transporte, alimentação, lazer, saúde... A previsão de gastos é uma atitude que diferencia o orçamento — diz Jeferson Carvalho, economista e professor da Estácio.
A conta precisa fechar, considerando os gastos sazonais, como Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), IPTU e as despesas com material escolar, que também precisam estar previstos. Se isso não vai acontecer, é ajustar o padrão de vida à realidade financeira, evitando evitar compras por impulso e parcelamentos desnecessários.
Qual é a sua situação financeira?
Veja as dicas de Reinaldo Domingos.
Terminando o ano endividado?
Quem terminou o ano endividado precisa reorganizar o orçamento para que as dívidas sejam pagas com o salário mensal, e não com recursos extras como o 13º salário. É fundamental renegociar dívidas, reduzir despesas supérfluas e ajustar o padrão de vida ao que realmente cabe no bolso.
Terminando o ano no limite?
É um sinal de alerta, pois qualquer gasto fora do planejado pode virar dívida. Nesse caso, a orientação é revisar hábitos, identificar desperdícios e começar imediatamente a criar uma reserva financeira, mesmo que pequena.
Já tem alguma folga financeira?
Quem terminou o ano com folga tem uma grande oportunidade nas mãos. O erro mais comum é aumentar o padrão de vida sem planejamento. O ideal é direcionar essa folga para acelerar a realização de sonhos, investir com consciência e fortalecer reservas para médio e longo prazo.
Como começar a poupar
Criar o hábito de poupar mensalmente, mesmo que pouco, deve ser um compromisso para o ano que vem, aponta Reinaldo Domingos. E o que pode ajudar nessa missão é estabelecer sonhos possíveis, com valores previamente definidos.
Um bom lembrete, para quem ganha até R$7.350, é o desafogo nos recolhimentos de Imposto de Renda a partir de janeiro do ano que vem. Da isenção total ou da queda no pagamento mensal para o Leão pode vir o dinheiro a ser guardado.
— Uma estratégia interessante é a “Pague-se primeiro”, reservando uma porcentagem (por exemplo, 10% ou 20%) da renda mensal para poupança e investimento já no dia do recebimento. É como se fosse um boleto que você paga para o seu “eu” do futuro — explica Jeferson Carvalho: — No início parece complicado, mas com o tempo, a prática se torna recorrente, e o dinheiro investido começa a crescer com a incidência dos juros.
Para saber onde guardar essas quantias, a depender do seu objetivo, o EXTRA traz as orientações de Ivan Vianna, planejador financeiro CFP pela Planejar.
— Não existe um investimento bom ou ruim isoladamente. Existe investimento adequado para cada fase da vida, de acordo com os sonhos, os objetivos e o perfil da pessoa. Um bom planejamento financeiro começa pela reserva de emergência e evolui conforme a vida financeira da pessoa melhora — diz Vianna.
As melhores opções de investimento
Curto prazo
Onde juntar dinheiro para um fundo de emergência com resgate imediato?
Nesse caso, o objetivo principal é a preservação de capital e a possibilidade de retirada, não ganho real elevado. O ideal então é aplicar em investimentos com três características obrigatórias: opção de resgate rápido, baixo risco e rendimento com retorno mais previsível, tendo como opções:
Tesouro Selic
CDBs de liquidez diária
Fundos de renda fixa simples com liquidez diária
Esses investimentos permitem resgate em D+0 ou D+1 (no mesmo dia ou no dia seguinte), e o dinheiro rende mais do que a poupança nas três opções. As aplicações mínimas começam em R$ 1 (fundos) e R$ 100, com rendimento próximo à Taxa Selic. Atualmente, isso significa 15% ao ano, mas devem ocorrer reduções a partir de 2026.
A segurança dos investimentos é alta, pois o Tesouro Selic é garantido pelo governo federal, o CDB liquidez diária tem risco mitigado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), e os fundos de renda fixa simples oferecem gestão profissional. Os aportes mensais são possíveis e recomendados.
Médio prazo
Onde juntar dinheiro se a pessoa tem uma folga mensal na renda e quer alcançar um objetivo mais tarde?
Nessa situação, já é possível buscar um pouco mais de rentabilidade, mantendo boa segurança. Os prazos para resgate variam de seis meses a cinco anos, com rendimentos mais altos conforme o prazo. Rendimentos acima de 120% do CDI, no entanto, devem ser analisados com cuidado, pois podem indicar problemas financeiros do banco emissor.
CDBs com prazo mais longo: as aplicações partem de R$ 1 mil, em geral, com rendimento entre 95 e 110% do CDI (conforme o tamanho do banco emissor e de sua solidez financeira). Sem liquidez diária, os rendimentos são mais altos, mas o investidor só recebe no vencimento do CDB. É possível vender antes do vencimento no mercado secundário, desde que haja quem queira comprar.
LCIs (Letra de crédito imobiliária) e LCAs (Letras de crédito do agronegócio): são semelhantes ao CDB. Têm como vantagem serem isentas de imposto de Renda sobre os rendimentos quando o investidor é uma pessoa física. Contudo, há carência para regaste que, muitas vezes, só pode acontecer no vencimento da aplicação.
Fundos de renda fixa: a aplicação mínima varia muito, de R$ 1 a R$ 10 mil, dependendo do fundo. O rendimento esperado é atrelado ao CDI ou IPCA+ (inflação). Mas o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) não cobre perdas desses fundos.
Tesouro Prefixado ou IPCA+ (outros investimentos no governo federal): a aplicação mínima parte de R$ 4,61, para obter frações de um título. O Prefixado tem rendimento definido na compra do título, e a taxa é aplicada até o vencimento. No IPCA+, o valor aplicado é corrigido diariamente pela inflação até o vencimento do título, e uma taxa real acordada pode ser creditada ao investidor periodicamente. Não tem Fundo Garantidor de Crédito.
Fundos imobiliários: a aplicação mínima fica entre R$ 10 e R$ 100 e o rendimento é variável, pois a cota é negociada na Bolsa e dependerá da tradicional "oferta e demanda". Não conta com Fundo Garantidor de Crédito. É indicado para renda e diversificação, mas não para reserva.
Longo prazo
Se a ideia é guardar dinheiro todo mês para aposentadoria ou outros objetivos distantes, é possível buscar rentabilidade entre 12% a 18% ao ano. O mais importante, no entanto, é observar a o efeito dos juros compostos no tempo. E vale lembrar que quanto maior o prazo maior a chance de diluir e reduzir os riscos.
A melhor opção para cada um, porém, varia conforme a idade, a renda, o perfil de risco, os sonhos e os objetivos. Por isso, é melhor buscar uma orientação personalizada na hora de investir o dinheiro.
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