Esportes
China inaugura centrífuga gigante que redefine pesquisas de hipergravidade
CHIEF1900 promete revolucionar estudos em engenharia e ciências ambientais ao simular eventos extremos em laboratório.
A China acaba de instalar a CHIEF1900, a centrífuga de hipergravidade mais potente já construída, capaz de recriar em laboratório eventos extremos como rompimentos de barragens e terremotos. O equipamento representa um avanço significativo ao permitir que pesquisadores acelerem experimentos, comprimindo o tempo e o espaço, e abrindo novas fronteiras em engenharia e ciências ambientais.
Segundo o South China Morning Post (SCMP), a CHIEF1900, desenvolvida pelo Grupo de Energia Nuclear Elétrica de Xangai, chegou à Universidade de Zhejiang em dezembro e deve superar todos os recordes anteriores de capacidade e potência. O complexo CHIEF, onde a máquina está instalada, fica a 15 metros abaixo do solo do campus para garantir estabilidade e minimizar vibrações.
Com força de 1.900 g-tonelada, a CHIEF1900 ultrapassa a já impressionante CHIEF1300, em operação desde setembro, que havia superado o equipamento do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA. Ambas fazem parte do complexo de centrífugas, que inclui ainda as CHIEF1500 e CHIEF1900, atualmente em construção.
A CHIEF1300, localizada em Hangzhou, já é referência mundial, capaz de gerar campos de supergravidade para experimentos em geologia, ciência dos materiais e pesquisa das profundezas da Terra. As centrífugas maiores ampliarão ainda mais as possibilidades de pesquisa.
O projeto, aprovado em 2021 com orçamento de 2 bilhões de yuans (cerca de R$ 1,58 bilhão), integra a estratégia chinesa de expandir sua infraestrutura científica e atrair pesquisadores internacionais. A instalação é aberta a universidades, institutos e indústrias, reforçando o caráter colaborativo da iniciativa.
Ao gerar forças centenas ou milhares de vezes superiores à gravidade terrestre, a CHIEF permite simular, em escala reduzida, processos que levariam décadas ou exigiriam estruturas de quilômetros em tamanho real. Modelos de barragens, por exemplo, podem ser testados em condições extremas, acelerando análises de estabilidade e segurança.
Os experimentos também abrangem fenômenos complexos, como a ressonância de trilhos de trem de alta velocidade ou a migração de poluentes ao longo de milênios — processos quase impossíveis de observar diretamente. Essa capacidade abre novas possibilidades para engenharia civil, geotecnia, transporte e ciências ambientais.
A construção da centrífuga exigiu soluções inovadoras para desafios como o calor extremo gerado pela rotação e a necessidade de braços mecânicos mais longos e resistentes. Para isso, foi desenvolvido um sistema avançado de controle térmico, que utiliza vácuo, resfriamento com líquido glacial e ventilação forçada.
De acordo com Chen Yunmin, cientista-chefe do CHIEF, o objetivo é criar ambientes experimentais que variam de milissegundos a milhares de anos e escalas do atômico ao quilométrico. A CHIEF pode, em um único experimento, simular deformações do solo, transporte de poluentes ou produzir milhares de amostras de materiais, abrindo caminho para descobertas científicas inéditas.
Por Sputnik Brasil
Mais lidas
-
1TECNOLOGIA MILITAR
Revista americana destaca caças russos de 4ª geração com empuxo vetorado
-
2TECNOLOGIA
Avião russo 'Baikal' faz voo inaugural com motor e hélice produzidos no país
-
3VIDA SILVESTRE
Médico-veterinário registra nascimento e primeiros dias de filhotes de tucanuçu
-
4EQUILÍBRIO MILITAR
EUA manifestam preocupação com avanço da aviação embarcada chinesa
-
5OPERAÇÃO INTERNACIONAL
Guarda Costeira dos EUA enfrenta desafios para apreender terceiro petroleiro ligado à Venezuela