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Brigitte Bardot: fortuna da estrela do cinema e seu impacto além das telas

Ícone do cinema, Bardot teria construído um patrimônio estimado em US$ 65 milhões, com receitas de direitos autorais e imóveis na Riviera Francesa

Agência O Globo - 29/12/2025
Brigitte Bardot: fortuna da estrela do cinema e seu impacto além das telas
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Brigitte Bardot, ícone do cinema mundial, morreu neste domingo (28), aos 91 anos. Segundo a imprensa internacional, a atriz teria construído uma fortuna estimada em US$ 65 milhões (aproximadamente R$ 360 milhões), embora não existam números oficiais.

Mesmo tendo se aposentado definitivamente dos sets de filmagem na década de 1970, Bardot passou a dedicar sua vida à defesa dos direitos dos animais. Ainda assim, boa parte de sua fortuna vem de royalties por suas obras audiovisuais, além de receitas provenientes de livros, músicas gravadas e direitos autorais.

Uma parcela expressiva desse patrimônio estaria concentrada no setor imobiliário. Bardot era proprietária da célebre mansão La Madrague, em Saint-Tropez, adquirida no fim dos anos 1950 e considerada uma das residências mais emblemáticas da Riviera Francesa. O imóvel já despertou o interesse de figuras conhecidas, como a cantora Amanda Lear.

Além de La Madrague, Brigitte Bardot possuía outros imóveis na Riviera Francesa, avaliados em conjunto em cerca de US$ 8 milhões (aproximadamente R$ 44 milhões). Contudo, boa parte desse patrimônio acumulado ao longo de décadas pode não chegar a seu único herdeiro, Nicolas-Jacques, seu filho com o ator Jacques Charrier, com quem foi casada entre 1959 e 1962. Segundo relatos do biógrafo Yves Bigot à imprensa francesa, Bardot pode ter comprometido parte significativa de sua fortuna para manter a fundação que leva seu nome, dedicada à defesa dos animais, além de financiar ações de resgate e campanhas contra maus-tratos. A própria La Madrague teria sido hipotecada para garantir fundos para sua causa.

A atriz teve quatro casamentos: com Roger Vadim (1952–1957), Jacques Charrier (1959–1962), Gunter Sachs (1966–1969) e Bernard d’Ormale, seu atual marido desde 1992. Com Charrier, teve seu único filho, Nicolas-Jacques, em 1960, mas manteve uma relação conturbada.

“Não fui feita para ser mãe”, admitiu Bardot anos depois. “Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança.”

Nicolas foi criado pela família paterna e só se reconciliou com a mãe décadas depois, em 1996.

Apaixonada e impulsiva, Bardot também viveu romances com o cantor Sacha Distel e com o ator Warren Beatty. “Sempre busquei paixão”, disse ela. “Quando ela acabava, eu fazia as malas.”

Após se aposentar do cinema em 1973, aos 39 anos, dedicou-se ao ativismo pelos direitos dos animais, criando a Fundação Brigitte Bardot em 1986. A organização atua em resgate, proteção e campanhas de esterilização. Vegetariana convicta, chegou a doar mais de £ 90 mil (R$ 657 mil) para ajudar cães de rua em Bucareste e ameaçou se mudar para a Rússia após um zoológico francês negar tratamento a dois elefantes doentes.

Apesar da carreira humanitária, sua imagem também foi marcada por polêmicas. Em 2004, Bardot foi condenada por incitação ao ódio racial em um livro, e seu apoio à extrema direita francesa, especialmente à candidata Marine Le Pen, reacendeu debates sobre sua figura pública.

“Bardot é Bardot”, definiu a escritora Marie-Dominique Lelièvre, amiga próxima. “Ela desafia qualquer definição.”