Curiosidades

33 anos sem Daniella Perez: familiares e amigos prestam homenagens à atriz nas redes

Gloria Perez, Raul Gazolla e a prima Barbara Ribeiro relembram a artista assassinada em 28 de dezembro de 1992; publicações destacam a dor permanente pela perda da jovem atriz

Agência O Globo - 28/12/2025
33 anos sem Daniella Perez: familiares e amigos prestam homenagens à atriz nas redes
Daniella Perez - Foto: Reprodução / internet

Trinta e três anos após o assassinato de Daniella Perez, familiares e pessoas próximas à atriz usaram as redes sociais neste sábado para prestar homenagens e reafirmar a necessidade de manter viva a memória da artista, morta em 1992. As manifestações foram publicadas por Gloria Perez, mãe de Daniella; pelo ator Raul Gazolla, então marido da atriz; e por Barbara Ribeiro, prima da artista.

Em um post no Instagram, Gloria Perez relembrou a vitalidade e os sonhos da filha e ressaltou que o tempo não suaviza a perda. “Tanta vontade de viver, tanta alegria, tantos sonhos… que vida bonita você tinha pela frente… Hoje faz 33 anos e eu repito: o tempo não ameniza nada — só passa, assim como a dor não ensina nada — só dói”, escreveu a autora.

Raul Gazolla compartilhou a publicação de Gloria Perez em seu perfil, reforçando a homenagem e a lembrança permanente do crime que interrompeu a trajetória artística da jovem atriz e o casamento dos dois, celebrado em 1990, dois anos antes do crime.

Já a prima Barbara Ribeiro publicou um longo depoimento no Instagram, no qual refletiu sobre as mudanças impostas à família após o assassinato. Segundo ela, até os 17 anos, o período entre o Natal e o Ano Novo era vivido como uma celebração contínua, marcada por tradições familiares. “Hoje, essa época tem um gosto agridoce”, escreveu.

A prima recordou momentos da infância de Daniella, como aniversários no playground, brincadeiras e a convivência com amigas próximas, destacando a “doçura” e a “imensa generosidade” da atriz. Barbara também afirmou que o crime deixou marcas profundas e definitivas. “Nossas vidas se dividiram em antes e depois de 28 de dezembro de 1992”, declarou.

Como imagem da publicação, Barbara compartilhou uma carta escrita por Daniella aos 8 anos.

Relembre o crime

Em dezembro de 1992, a filha da roteirista Gloria Perez foi encontrada morta a facadas em um matagal na Barra da Tijuca, bairro da Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. Oito delas acertaram o coração. À época do incidente, a jovem de 22 anos estrelava a novela "De Corpo e Alma", escrita pela mãe e exibida pela Rede Globo. Ela dava vida à personagem "Yasmin", par romântico do personagem de De Pádua na ficção, batizado de "Bira". Para executar a morte violenta da parceira de set, o colega de trabalho de Daniella contou com a ajuda da então esposa, Paula Thomaz.

O assassino, posteriormente identificado como o ex-ator e companheiro de cena Guilherme de Pádua, morreu em 2022, quase três décadas após o crime. No mesmo ano, a morte de Daniella havia virado série documental.

Antes da autoria do crime ser revelada pela polícia, Guilherme chegou a consolar a mãe e o marido da vítima no local em que ela foi encontrada sem vida. Daniella Perez era casada com o ator Raul Gazolla. O carro do ator, que momentos antes havia abraçado Glória, foi visto por uma testemunha no local do assassinato.

Informalmente, o ator acabou confessando a culpa a um dos delegados da 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, para onde a investigação foi conduzida. Depois de quatro anos, ele e a companheira foram condenados por dois júris. Guilherme a 19 anos de prisão e Paula a 15.

Apesar disso, os dois foram soltos bem antes do fim da pena, quando haviam cumprido apenas um terço do previsto. De Pádua deixou a cadeia no dia 14 de outubro de 1999, quando tinha 29 anos. Já a ex-mulher dele, por sua vez, foi liberada do presídio três semanas depois, em 5 de novembro.

Mesmo enlutada, Gloria Perez não se deixou paralisar pela dor. Durante o processo, a roteirista liderou uma grande mobilização para mudar a legislação penal. A mãe de Daniella reuniu 1,3 milhão de assinaturas em um abaixo-assinado que aprovou a primeira emenda popular da história do Brasil, tornando, assim, o homicídio qualificado como crime hediondo.