Conhecido como o "Rei da noite" paulistana por sua atuação à frente do Bahamas Club, Oscar Maroni morreu nesta quarta-feira, dia 31, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada, mas o empresário, que também participou do reality show "A Fazenda", havia sido diagnosticado com Alzheimer desde 2023.

Devido ao avanço da doença, Maroni foi levado para uma casa de repouso na capital paulista em janeiro do ano passado. Na ocasião, a "Folha de S.Paulo" revelou que os filhos do empresário solicitaram judicialmente a curatela, assumindo a administração de todo o patrimônio do pai.

"Meu pai foi proibido pelos médicos de ficar sozinho em casa porque não pode correr o risco de sofrer outra queda. Ele não parece, mas é um senhor de idade. Tanto eu quanto meu irmão Aruã já tentamos levá-lo para morar conosco ou na fazenda, mas ele se recusa. O local é tipo um flat, é muito legal", relatou Aritana Maroni, ex-participante do "Masterchef" e filha de Oscar, à "Folha".

Aritana também esclareceu boatos sobre a internação compulsória: "Vocês conhecem meu pai, acham que faríamos algo contra a vontade dele? Ele sai e entra na hora que quiser. Escolhemos um local próximo ao Bahamas justamente para ele poder ir lá resolver as coisas dele. Ele não gosta de ficar longe".

Em janeiro de 2023, os filhos Aratã e Aruã Maroni assumiram oficialmente a administração do Bahamas Club, com o objetivo de resgatar os tempos de glória da boate sem perder a essência do fundador. À revista "Istoé Dinheiro", detalharam investimentos em reformas que já somavam R$ 2,5 milhões.

"Antes do meu pai ser diagnosticado, ele já apresentava sinais de problemas de saúde. Não tinha mais condições de controlar o negócio e as pessoas, muitos funcionários, se aproveitaram disso. Dos 30 funcionários que tínhamos, trocamos 18", relatou Aratã à publicação.

Quem foi Oscar Maroni

Oscar Maroni ganhou notoriedade como proprietário do Bahamas Club (ou Bahamas Hotel Club), um dos mais famosos e luxuosos estabelecimentos de entretenimento adulto de São Paulo, localizado no bairro de Moema, Zona Sul da capital. Maroni sempre defendeu o clube como um espaço liberal e de hedonismo, mas enfrentou diversos embates jurídicos em razão da natureza do negócio.

O empresário chegou a ser preso em diferentes ocasiões — 1998, 2007 e 2011 — sob acusações como favorecimento à prostituição, formação de quadrilha e tráfico interno de pessoas. Ele alegava ser vítima de perseguição política, especialmente em disputas com a prefeitura, como no caso do embargo do Oscar’s Hotel.

Além do ramo noturno, Maroni também foi editor das versões brasileiras das revistas masculinas Penthouse e Hustler, e participou da sétima edição do reality show "A Fazenda", da Record, onde sua personalidade polêmica gerou conflitos com outros participantes.

Maroni ficou ainda conhecido por prometer "cerveja grátis" no Bahamas Club em momentos de turbulência política, como durante a prisão do ex-presidente Lula e após o impeachment de Dilma Rousseff.