Altas temperaturas mudam a rotina dos pets e exigem novos cuidados dos tutores

31/12/2025
Altas temperaturas mudam a rotina dos pets e exigem novos cuidados dos tutores
- Foto: Divulgação

Medidas simples no dia a dia ajudam a reduzir impactos do verão na saúde animal

O início do verão em dezembro marca uma mudança significativa na rotina de milhões de lares com cães e gatos no Brasil. As altas temperaturas registradas em diferentes regiões do País impõem desafios que vão além do desconforto térmico, exigindo dos tutores atenção contínua à saúde e ao bem-estar dos animais de estimação.

Assim como ocorre com os humanos, o calor intenso interfere no funcionamento do organismo dos pets. No entanto, cães e gatos possuem mecanismos limitados de controle da temperatura corporal, o que aumenta a vulnerabilidade a quadros de desidratação, problemas respiratórios, queimaduras nos coxins das patas, hipertermia e insolação. Além disso, o verão favorece a proliferação de parasitas, como pulgas, mosquitos e carrapatos, ampliando os riscos de transmissão de doenças.

Segundo Bruna Mignoso, coordenadora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), os sinais de estresse térmico precisam ser observados com atenção. “O calor intenso pode desequilibrar rapidamente a saúde dos pets. Entre os sinais de estresse térmico que exigem atenção imediata estão a respiração ofegante intensa, fraqueza, salivação excessiva, gengivas muito vermelhas, vômitos e até convulsões”, afirma.

A adoção de medidas preventivas no dia a dia é apontada como a principal forma de reduzir riscos durante a estação. A oferta constante de água fresca é considerada essencial, assim como a garantia de ambientes com sombra e ventilação adequada. Recursos como tapetes gelados e brincadeiras com água podem ser utilizados para auxiliar no controle da temperatura corporal. Alimentos congelados preparados com frutas permitidas para pets, como melancia e morango, também podem ser oferecidos como alternativa para estimular a ingestão de líquidos.

De acordo com a veterinária, é importante compreender que cães e gatos não regulam a temperatura corporal por meio da transpiração. “Eles utilizam principalmente a respiração ofegante, com a boca aberta, para tentar dissipar o calor. Por isso, a exposição prolongada a ambientes quentes pode levar rapidamente a quadros graves”, explica Bruna Mignoso.

Os passeios ao ar livre também precisam ser ajustados. A orientação é que ocorram antes das 10h e após as 16h, períodos em que o solo apresenta temperaturas mais baixas. O contato com calçadas e ruas aquecidas pode provocar queimaduras nas patas, além de agravar o desconforto térmico. Outra recomendação é nunca deixar o animal dentro de veículos ou em ambientes fechados sem ventilação, mesmo que por poucos minutos.

Além do calor, o verão é marcado pelo aumento expressivo da presença de carrapatos. A combinação de altas temperaturas e umidade cria condições favoráveis para a multiplicação desses parasitas, especialmente em quintais com vegetação, áreas próximas a matas e locais com circulação frequente de animais. O carrapato pode transmitir doenças como a erliquiose, que provoca anemia, febre e perda de apetite, podendo evoluir para quadros mais complexos. Em gatos, embora a infestação seja menos comum, também há risco de hemoparasitoses.

A prevenção antiparasitária deve ser mantida ao longo de todo o ano, mas ganha importância adicional durante o verão. Existem diferentes métodos disponíveis, como medicamentos orais, pipetas aplicadas na pele e coleiras com ação prolongada. A escolha do protocolo mais adequado deve considerar o ambiente em que o animal vive e a orientação do médico veterinário.

Caso o tutor identifique a presença de carrapatos, a remoção deve ser feita com cuidado, utilizando pinça apropriada, sem torcer ou esmagar o parasita. Em situações de infestação intensa, a recomendação é buscar atendimento profissional. “Quando há muitos parasitas, o ideal é procurar um médico veterinário para avaliar o risco de doenças e definir as medidas corretas de controle”, orienta Bruna Mignoso.

Com atenção à rotina, prevenção e informação, os tutores podem atravessar os dias mais quentes do ano reduzindo impactos do verão na saúde dos pets.

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