
Conselho à prefeita Luísa Júlia Duarte: entre a ruína e a redenção

Conselho não se vende, prefeita. Se aceita. Ou se ignora.
Mas quem o dá com sinceridade espera que, pelo menos, seja ouvido com a alma.
Este é um conselho público à prefeita Luísa Júlia Duarte, para que pense bastante, reflita com serenidade e decida, de uma vez por todas, se quer ser lembrada como a mulher que teve a chance de mudar os rumos de Palmeira dos Índios — ou como mais um nome numa lista que o povo tenta esquecer.
Luísa Júlia, chegamos ao oitavo mês da sua gestão, e o povo já não silencia. Nas calçadas, nos grupos de WhatsApp, nos bastidores políticos e até nos corredores da própria prefeitura, o veredito é unânime: seu governo é um fracasso retumbante.
Mas o fracasso, Luísa, não é por má vontade do destino, nem por falta de recursos. É um fracasso de escolhas. A primeira e mais grave delas foi permitir que o ex-imperador continuasse governando por procuração.
Você herdou — e manteve — a tropa de choque de um governo que já havia sido fracassado administrativamente e tolerado apenas por falta de alternativa. Manteve os fantasmas administrativos, as redes de influência, os bajuladores de ocasião e o velho esquema de propaganda que tenta pintar de ouro um barraco que desmorona.
Você, professora, mulher culta, com história no magistério e boa reputação no trato social, não merecia passar à história como uma mera marionete. Você não chegou sozinha onde está — isso é verdade —, mas também não está obrigada a seguir roteiros escritos por quem já foi expulso do palco.
O que fazer, então, Luísa Júlia?
1. Assuma o comando. De verdade.
O povo lhe deu a caneta. Não aceite ser secretária do governo anterior, vestida de prefeita. Seja prefeita de fato e de direito.
Corte os fios do controle remoto instalado em Maceió ou na sua própria sala. Exerça o poder que o povo lhe concedeu.
2. Botar pra fora a turma do ex-imperador é necessário.
Enquanto você mantiver os “bajuladores” do ex-imperador — essa turma que já mostrou que sabe manipular planilhas, mas nunca soube ouvir o povo, sua gestão continuará naufragando. Livre-se do peso morto. Traga para perto nomes técnicos, comprometidos com a cidade, e não com um projeto de reeleição alheio. Palmeira dos Índios precisa de gestores, não de cabos eleitorais pagos com o dinheiro público.
3. Resgate sua biografia.
Você ainda tem tempo, prefeita. Mas o tempo corre. Daqui a quatro meses, o seu segundo ano se inicia, e com ele o veredito definitivo do povo. Ainda dá para mudar o curso da história, mas será preciso coragem. Coragem de cortar na carne, coragem de dizer “não” a quem lhe empurrou para o buraco e, sobretudo, coragem de dizer “sim” a você mesma.
4. Escolha seu destino.
Você quer entrar para a história como a mulher que superou o jugo do ex-imperador e resgatou Palmeira dos Índios do caos administrativo, ou como a sombra da sombra de uma gestão decadente?
Luísa Júlia, hoje, infelizmente, você só vence de Mazé. Mas pode mais. Ou poderá menos. Mas ainda há tempo. E há caminhos. Só depende de você.
Não perca essa oportunidade de mostrar que, sim, uma mulher pode governar com firmeza, sensibilidade e inteligência — sem precisar ser ventríloqua de ninguém.
A história está à sua espera. Só não demore demais para reescrevê-la.