Um alívio no horizonte: a queda do desemprego em Alagoas

25/11/2024 08h08
Um alívio no horizonte: a queda do desemprego em Alagoas
CTPS - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Cá estou em São Paulo, no centro nervoso do país, e recebo notícias de nosso torrão natal Alagoas. Há algo de especial nos números que chegam para contar boas histórias. E a notícia da queda na taxa de desemprego em Alagoas é uma dessas histórias que trazem alívio e esperança. Pela segunda vez consecutiva, o estado registra sua menor taxa de desocupação desde 2012, quando o IBGE iniciou a série histórica. De julho a setembro deste ano, o índice caiu para 7,7%, um marco que representa muito mais do que uma estatística: é um sinal de que algo está mudando, ainda que lentamente, na vida de milhares de alagoanos.

Seis mil trabalhadores voltaram ao mercado de trabalho em apenas três meses. Seis mil famílias que agora têm uma chance a mais de colocar o pão na mesa, de quitar uma dívida, de olhar para o futuro com menos medo. E, enquanto os números absolutos parecem pequenos diante de um universo tão amplo de desafios, eles têm um peso simbólico enorme. Cada trabalhador que encontra um emprego é um passo a mais para um estado que há muito tempo luta contra os índices históricos de desemprego e desigualdade.

E não é apenas a quantidade de trabalhadores que cresce. O rendimento médio também aumentou. No terceiro trimestre, o trabalhador alagoano passou a ganhar, em média, R$ 2.273, uma alta de 6,3% em relação ao trimestre anterior e de 11,6% na comparação anual. Isso significa mais dinheiro em circulação, mais dignidade no bolso e, principalmente, mais possibilidades de consumo e investimento para quem já enfrentou tempos de extrema escassez.

Outro dado animador vem do número de trabalhadores com carteira assinada, que coloca Alagoas na segunda posição no ranking do Nordeste, com 61,8%. É uma conquista significativa, especialmente em uma região onde o emprego formal ainda é um desafio constante. Atrás apenas do Rio Grande do Norte, o estado se destaca, mostrando que esforços conjuntos entre governo e setor privado podem, sim, transformar cenários.

Mas o que explica essa melhora? Segundo especialistas do IBGE, a queda no desemprego no segundo semestre tem relação com o ciclo natural de contratações das indústrias, que se preparam para atender à demanda de final de ano. Em Alagoas, esse movimento foi impulsionado por investimentos estratégicos em áreas como infraestrutura, turismo e segurança pública. Grandes empreendimentos chegaram, novas oportunidades surgiram, e o mercado começou a respirar.

É impossível falar sobre isso sem lembrar o quão crítico foi o cenário durante a pandemia. No final de 2020, Alagoas enfrentava uma taxa de desocupação de 20,4%, com 260 mil pessoas fora do mercado de trabalho. A queda para os atuais 7,7% é uma vitória coletiva que não pode ser ignorada, ainda que saibamos que o desafio está longe de acabar.

Esses números nos mostram algo importante: quando há vontade política, planejamento e investimentos bem direcionados, mudanças podem acontecer. O povo alagoano, resiliente como sempre, merece celebrar cada pequeno avanço. Porque, no final, o que esses números representam é a esperança de que o futuro pode ser diferente – não apenas nos relatórios, mas na mesa de cada família, no sorriso de quem volta a trabalhar e na dignidade de um estado que luta para se erguer.

Que a chama dessa esperança não se apague, e que os próximos trimestres tragam não apenas mais empregos, mas também mais igualdade e oportunidades para todos. Afinal, cada conquista, por menor que pareça, é um passo a mais rumo a um Alagoas mais justo e próspero.