O silêncio que fala mais alto
Em tempos de eleição, a cidade de Palmeira dos Índios se torna um palco onde todos os holofotes estão voltados para os candidatos que disputam o cargo de prefeito. A expectativa é grande, o povo anseia por mudanças, por propostas concretas, por líderes que estejam dispostos a enfrentar os desafios de frente. No entanto, o que temos presenciado é um silêncio ensurdecedor por parte de Luisa Julia, candidata que, por mais duas vezes, esquivou-se da imprensa.
Recentemente, a Tribuna do Sertão, através do seu canal no YouTube, o Tribunamix, organizou sabatinas com os candidatos a prefeito e vice. Seria a oportunidade perfeita para que Luisa Julia apresentasse suas propostas, esclarecesse dúvidas e mostrasse ao eleitorado seu compromisso com a transparência. Mas, mais uma vez, ela não compareceu. O mesmo aconteceu com o debate promovido por um pool de veículos de comunicação de Arapiraca, cidade vizinha. Embora outros dois candidatos também não tenham participado, possivelmente devido ao foco regional da audiência, a ausência de Luisa Julia chama a atenção.
Afinal, como acreditar em uma candidata que evita o confronto de ideias? Em um momento crucial como este, a presença nos debates não é apenas uma formalidade, mas um ato de respeito com o eleitorado. É a chance de mostrar preparo, conhecimento e, principalmente, comprometimento com a população que pretende representar.
Luisa Julia, conhecida por alguns como uma das "poca-urnas" de 1988, parece estar mais preocupada em arrumar as malas com destino ao condomínio Alta Vista ou ao resort particular de Milagres. Enquanto isso, o povo de Palmeira dos Índios fica sem respostas, sem propostas claras, sem a possibilidade de avaliar devidamente quem é a pessoa que deseja assumir a liderança da cidade.
Em tempos tão carentes de solidariedade e consideração, um simples "sim" ou "não" para um convite da imprensa já seria um gesto de respeito. A comunicação transparente é fundamental em uma democracia saudável. Fugir dos questionamentos pode ser visto como desinteresse ou até mesmo despreparo para lidar com as responsabilidades que o cargo exige.
A política não pode ser feita atrás de portas fechadas ou em círculos restritos. Ela deve ser exercida com abertura, diálogo e disponibilidade para enfrentar críticas e responder às demandas da população. O eleitor de Palmeira dos Índios merece mais do que promessas vagas e ausências injustificadas. Merece candidatos que estejam dispostos a olhar nos olhos da comunidade, a debater ideias e a construir juntos um futuro melhor.
A indelicadeza de Luisa Julia não afeta apenas a imprensa, mas toda a população que fica privada de informações essenciais para fazer uma escolha consciente nas urnas. Em um cenário onde a confiança nos políticos já está abalada, atitudes como essa só reforçam a necessidade de renovação e de líderes comprometidos com a verdadeira essência do serviço público.
Esperamos que, nas próximas oportunidades, haja mais diálogo e menos silêncio. Que os candidatos compreendam a importância de estar presentes, de se comunicar, de mostrar ao povo que estão preparados e dispostos a enfrentar os desafios que virão. Porque, no fim das contas, quem perde com esse distanciamento não é apenas a imprensa ou os veículos de comunicação, mas toda a sociedade que almeja por mudanças reais e significativas.
A política precisa de mais ação e menos omissão. E cabe a nós, eleitores, estarmos atentos a esses sinais, valorizando aqueles que demonstram respeito e consideração pelo povo. Afinal, a construção de uma cidade melhor depende da participação de todos, inclusive daqueles que pretendem liderá-la.