O véu do debate eleitoral
No calor dos debates eleitorais, é fácil para o povo não enxergar o que está bem diante de seus olhos. As luzes dos palanques, os jingles ensaiados, as promessas repetidas como mantras — tudo isso pode criar uma cortina de fumaça que nos impede de ver a essência dos candidatos. E, às vezes, essa essência é preocupante.
Julia Duarte surge no cenário político como uma candidata que levanta muitas perguntas. Associada fortemente a Júlio, conhecido por muitos como "o imperador", Julia parece mais uma extensão do que uma opção. Sua recusa em participar de debates, sabatinas e entrevistas promovidas pela imprensa e até pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) levanta dúvidas legítimas sobre sua transparência e preparo para o cargo que almeja.
Em uma democracia, o debate é fundamental. É através dele que conhecemos as propostas, as ideias e, principalmente, o caráter daqueles que desejam nos representar. Quando um candidato se esquiva desse confronto de ideias, o que isso nos diz sobre sua confiança em si mesmo e no que tem a oferecer? O que isso revela sobre seu respeito pelo eleitorado, que merece respostas claras e objetivas?
A política não pode ser feita atrás de cortinas. O povo tem o direito de questionar, de indagar, de confrontar os candidatos sobre questões que impactam diretamente suas vidas. Fugir desse processo é, no mínimo, desrespeitoso. E quando um candidato se torna inacessível, quando se esconde atrás de figuras já estabelecidas, a confiança naturalmente se abala.
Como acreditar em uma candidata que não se dispõe a enfrentar perguntas difíceis? Que não está disposta a debater suas propostas em público? Que prefere o silêncio ao diálogo? A política exige coragem, transparência e compromisso com a população. Sem isso, resta apenas a dúvida e a desconfiança.
O eleitor precisa estar atento. É preciso olhar além das aparências, além dos apoios políticos, além das campanhas bem produzidas. É fundamental avaliar a postura dos candidatos, suas ações e, principalmente, sua disposição em se conectar verdadeiramente com as pessoas que pretendem representar.
No fim das contas, a escolha é do povo. Mas essa escolha deve ser feita com consciência e informação. Não podemos nos deixar levar pelo calor do momento, pelas paixões políticas ou por influências externas. Devemos exigir mais dos nossos candidatos. Devemos exigir respeito, transparência e comprometimento real com a democracia.
Porque só assim poderemos construir um futuro melhor, onde a política seja feita com seriedade e dedicação, e não com esquivas e silêncios. A verdadeira mudança começa quando abrimos os olhos e enxergamos o que está bem à nossa frente.