Carta aberta a Luisa Julia Duarte
Cara Luisa Júlia,
Eu a conheço desde a adolescência, quando você era professora no antigo Ginásio Sagrada Família, inclusive ensinando minha irmã no jardim de infância. Lembro-me da convivência naquela época na escola, quando eu era presidente do Centro Cívico. Anos depois, você esteve na campanha de meu pai a prefeito em 1992, e, já mais tarde, nos encontramos em diversas oportunidades em eventos no Centro Comunitário em Palmeira de Fora e sempre nos tratamos com fidalguia. Sua cordialidade sempre foi notável, especialmente no respeito que sempre demonstrou por meu pai e pela boa pessoa que sempre se apresentou ser.
É por isso que me surpreendi ao vê-la agora candidata a prefeita de Palmeira dos Índios, e mais ainda ao perceber que essa candidatura parece ser mais um impulso do seu sobrinho, Julio Cezar, do que algo que venha de sua própria vontade. Isso é algo que todos em Palmeira percebem; nem mesmo as redes sociais maquiam essa verdade. Ver você, uma educadora dedicada a tantas crianças, aos quase 69 anos, servindo de escudo para alguém como ele é algo que me causa estranheza.
Julio Cezar não tem sido um bom prefeito, e as provas são muitas. A multa de R$ 19 milhões da Receita Federal, a falta de prestação de contas dos R$ 103 milhões da CASAL, a sobra dos recursos da Covid-19 que nunca foram totalmente explicados. Lá fora, Julio Cezar é motivo de piada, e aqui, em nossa cidade, todos o chamam de mentiroso. Como disse Gervasinho recentemente: "Prefeito primeiro de abril". Isso, Luisa Júlia, não é uma opinião isolada. É o sentimento geral.
O que me espanta é que, como educadora, você tenha aceitado ser colocada nessa posição. Um bom educador corrige, repreende os malfeitos e ensina a fazer o certo. No entanto, aqui está você, tentando passar a mão na cabeça do seu sobrinho quando ele comete erros graves, não só com as finanças públicas, mas com a história e a dignidade de Palmeira dos Índios.
Se acaso fosse eleita, você manteria escondido o que ele esconde hoje do povo? Como, por exemplo, as contas públicas? Ou deixaria a caneta nas mãos de Julio para que ele continuasse a agir como sempre agiu, à sorrelfa? As práticas de hoje seriam repetidas amanhã sob a sua responsabilidade?
No alto dos seus quase 69 anos, eu me pergunto, e lhe pergunto: não é hora de reavaliar seu papel nessa história? De refletir sobre a sua própria trajetória de educadora, que sempre foi de corrigir erros e ensinar o caminho certo? Não é o momento de dar as palmadas merecidas no seu sobrinho infrator, que transgride regras públicas e administrativas e é réu até em processos criminais?
Luisa Júlia, o delegado da Receita Federal pediu a prisão dele por cinco anos e ao MP que o responsabilizasse por improbidade. Esse é o tipo de comportamento que você deseja defender? Vai continuar passando a mão na cabeça dele, ignorando os malfeitos que ele pratica diariamente?
Palmeira dos Índios não precisa de mais farsas. O povo, que antes acreditava nas promessas, agora enxerga a verdade. Você não está aqui para servir a Palmeira, mas para proteger um sobrinho que transformou nossa cidade em palco de vergonha. Aos 69 anos, Luisa Júlia, não é hora de compactuar com erros, mas de corrigi-los e de puxar as orelhas do projeto de imperador, antes que seja tarde demais e ouçamos por aí as sirenes dos carros da poliíca federal.
Reflita sobre o futuro de Palmeira dos Índios, sobre o que você representa e sobre o que está por vir.
Obrigado por me ouvir. Até a próxima oportunidade