O que vale mais?
Palmeira dos Índios, uma cidade que carrega em suas raízes uma história rica e um povo resiliente, está à beira de comemorar 135 anos de emancipação política. Mas, no limiar dessa data tão significativa, nos perguntamos: o que o futuro reserva para nossa cidade nos próximos quatro anos? Com uma população de 73 mil habitantes e uma economia fragilizada, há muito a ser feito para alcançar o progresso tão almejado.
Atualmente, vivemos em uma cidade onde a gestão pública se esconde atrás de uma fachada bem-polida. As redes sociais são inundadas por fotos de praças bem cuidadas e ruas asfaltadas, vendendo uma imagem de desenvolvimento que, na verdade, é superficial. Por trás das lentes das câmeras, a realidade é bem diferente. A saúde e a educação, pilares essenciais para qualquer sociedade que almeja o progresso, estão em ruínas.
O que vale mais? Uma praça bonita ou o remédio entregue em casa para aquele idoso que não consegue se locomover até o posto de saúde? O que tem mais valor? Uma rua calçada ou a garantia de que seu filho terá uma merenda de qualidade na escola? A resposta parece óbvia, mas, infelizmente, o que vemos é um investimento desproporcional em obras de fachada, enquanto os serviços essenciais despencam em qualidade.
Para que Palmeira dos Índios alcance o progresso nos próximos quatro anos, precisamos de uma mudança profunda na forma como a cidade é gerida. Não se trata apenas de construir ou reformar; trata-se de priorizar. A saúde deve ser tratada com a seriedade que merece, garantindo que todos os cidadãos tenham acesso a um atendimento digno e a medicamentos básicos. A educação precisa ser valorizada, com escolas bem estruturadas, professores capacitados e merenda de qualidade.
Precisamos de políticas públicas que vão além do imediatismo e do populismo. O desenvolvimento econômico deve ser pensado de forma sustentável, criando oportunidades de emprego e renda para nossa população. Investir em capacitação profissional e empreendedorismo pode ser uma saída para quebrar o ciclo de dependência econômica que fragiliza nossa cidade.
Palmeira dos Índios só pode ser aquilo que desejarmos e trabalharmos para que ela se torne. Mas, para isso, é necessário que a população também faça sua parte, exigindo transparência, cobrando resultados e participando ativamente da vida política da cidade. Não podemos nos deixar enganar por uma gestão que se limita a pintar uma imagem bonita, enquanto os problemas reais são varridos para debaixo do tapete.
Os próximos quatro anos serão decisivos para o futuro de nossa cidade. Se quisermos ver um progresso verdadeiro, que não seja apenas nas redes sociais, mas que se reflita na vida de cada cidadão, precisamos de uma gestão comprometida com o bem comum. A cidade precisa de líderes que enxerguem além da estética e que se preocupem com as necessidades básicas da população.
À medida que Palmeira dos Índios se aproxima de seus 135 anos, ainda há esperança de que a cidade possa se reerguer e trilhar um caminho de desenvolvimento e prosperidade. Mas essa esperança só se tornará realidade se houver uma mudança de prioridades. Que nos próximos quatro anos, possamos ver uma cidade que valoriza seus cidadãos, que investe em saúde e educação com a mesma intensidade que gasta em obras de fachada. Porque, no fim das contas, o que realmente importa é a qualidade de vida das pessoas, e não a quantidade de curtidas em uma foto nas redes sociais.