Capadócio, mequetrefe e sacripanta

31/07/2024 03h03 - Atualizado em 31/07/2024 03h03
Capadócio, mequetrefe e sacripanta


O saudoso Geraldo Sampaio, com sua verve afiada e seu olhar crítico, tinha um repertório rico para descrever sujeitos que agiam de maneira sub-reptícia. Ele não hesitava em usar termos como mequetrefe, capadócio e sacripanta para rotular aqueles que, por falta de ética e gratidão, se destacavam na arte da vilania. E, lamentavelmente, esses termos encontram eco nos tempos atuais.

Em Palmeira dos Índios, somos testemunhas de um espetáculo deplorável de pequenez política. O prefeito, que se comporta mais como um imperadorzinho de província do que como um líder democrático, demonstrou recentemente toda a sua falta de grandeza e respeito pelos princípios da governança. Após oito anos de um "casamento" político com seu vice, Márcio Henrique, o prefeito decidiu agir com a mesquinhez de um verdadeiro sacripanta, ao exonerar os assessores do gabinete de Márcio assim que este anunciou sua pretensão de sucedê-lo.

O que dizer de um líder que, incapaz de lidar com a legítima ambição política de seu vice, opta por medidas de retaliação tão mesquinhas? Exonerar assessores é um ato indigno, uma tentativa torpe de enfraquecer o opositor através da força bruta do poder. Mas, como diz o ditado, "a justiça tarda, mas não falha". Márcio Henrique teve que recorrer a justiça para que seus assessores fossem renomeados, mostrando que a legalidade e o Direito ainda podem prevalecer sobre a tirania capadócia de um prefeito que se sente ameaçado.

O imperador, em sua pequenez, não parou por aí. Há 3 meses lembram? pediu a cabeça da enfermeira Mosabelle Ribeiro no HGE, uma profissional dedicada e respeitada. Este é mais um exemplo claro de como a perseguição política se tornou uma ferramenta de intimidação e controle na gestão atual. A perseguição voraz que o prefeito exerce, não apenas sobre seus adversários políticos, mas sobre qualquer um que ousa questionar sua autoridade, é um reflexo da sua incapacidade de liderar com ética e dignidade.

É vergonhoso para todos nós que o cenário político de Palmeira dos Índios tenha descido a tal nível de baixeza. Um líder que deveria inspirar confiança e respeito se comporta como um mequetrefe, usando o poder para punir e oprimir, em vez de governar para o bem comum. Este comportamento não apenas desonra o cargo que ocupa, mas também envergonha toda a comunidade que ele deveria servir.

Permitam-me ser claro: o verdadeiro líder é aquele que enfrenta a oposição com argumentos, não com represálias. Que acolhe a crítica como uma oportunidade de crescimento, não como uma ameaça a ser eliminada. O prefeito de Palmeira dos Índios, ao perseguir seus oponentes e retaliar qualquer forma de dissidência, mostra que não tem estatura para o cargo que ocupa.

Minha própria experiência com este prefeito é um testemunho de sua pusilanimidade. Tenho sido perseguido implacavelmente como servidor, a ponto de ter que recorrer ao Ministério Público para estancar os abusos de poder. Este é o tipo de comportamento que esperamos ver em regimes autocráticos, não em uma administração local que deveria ser um modelo de democracia e respeito pelos direitos.

Palmeira dos Índios merece mais do que a liderança de um imperadorzinho mequetrefe.

Merecemos líderes que governem com justiça, integridade e respeito pelo povo. A política não é um campo de batalha pessoal, mas um espaço para a construção de um futuro melhor para todos. Até que tenhamos líderes que entendam e vivam por esses princípios, continuaremos a ser envergonhados por atos mesquinhos e desprezíveis.

Aos cidadãos de Palmeira dos Índios, digo: não aceitem menos do que o melhor. Exijam integridade, transparência e respeito de seus líderes. Porque, no final, é a nossa dignidade, o nosso futuro e a nossa cidade que estão em jogo. E não podemos permitir que a mesquinhez de um prefeito-imperador comprometa tudo pelo que lutamos e acreditamos.