Liberdade de imprensa, ainda que tarde!
Neste dia 3 de maio, o mundo se volta para um princípio que deveria ser tão natural quanto respirar, mas que, paradoxalmente, permanece sob constante ameaça: a liberdade de imprensa. Nesta data, celebramos não apenas o direito dos jornalistas de reportar fatos sem o temor de represália, mas também o direito do público de ser informado.
O cenário parece sempre se desdobrar de maneira similar: em um lado, repórteres, fotógrafos e editores armados com nada mais que canetas, câmeras e um compromisso inabalável com a verdade. No outro, encontram-se os que veem informações precisas como adversárias, figuras envoltas em esquemas de poder que preferem o silêncio à exposição de seus atos.
Este é um dia de memória, mas também de reflexão sobre o presente e o futuro. Pensamos nos que perderam suas vidas ao tentar lançar luz sobre as sombras. Como esquecer de Anna Politkovskaya, assassinada por sua cobertura crítica da guerra na Chechênia? Ou de Jamal Khashoggi, cuja vida foi brutalmente ceifada no consulado saudita em Istambul por ousar criticar as políticas de seu país?
Contudo, o 3 de maio não é apenas para lembrar dos que caíram. É também um dia para olharmos ao redor e vermos os jornalistas que ainda, apesar dos riscos, continuam a se posicionar na linha de frente do combate pela verdade. Em nações onde a imprensa é livre, às vezes esquecemos do luxo que é abrir um jornal matutino sem temer que as notícias sejam censuradas ou distorcidas. Em outras partes do mundo, essa liberdade é um sonho distante, esmagado sob o peso de regimes autoritários.
Assim, neste dia, é nosso dever não apenas celebrar, mas também defender e exigir transparência e liberdade para aqueles que reportam os fatos. O compromisso com a liberdade de imprensa não deve oscilar com as mudanças de governo ou com as marés da opinião pública. Deve ser uma constante, um norte que guia sociedades em busca de justiça e equidade.
Que neste 3 de maio, possamos nos dedicar novamente ao ideal de que uma imprensa livre não é apenas uma extensão da liberdade individual, mas o alicerce sobre o qual todas as outras liberdades são construídas. Porque, no fim das contas, a liberdade de imprensa não é apenas sobre jornalistas e políticos, mas sobre cada cidadão, em cada canto do mundo, que merece viver em uma sociedade onde a verdade não é apenas acessível, mas um direito inalienável.